Tony Bennett

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor da Barbie e contra a barbárie

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 25/07/2023
Horário 05:30

Morreu o maior cantor do planeta Terra. Tony Bennett era o último dos moicanos. Tinha Alzheimer e partiu sexta-feira passada aos 96 anos. Era o típico cantor de jazz, mas também incursionava pelo pop. Nos documentos seu nome de batismo era  Anthony Dominick Benedetto. Com esse nome, seria difícil fazer sucesso ainda mais naquela época, os anos dourados, ou seja, a década de 50.
"Com esse nome não dá. Vamos trocar o nome", aconselhou o comediante Bob Hope, que acreditou no talento daquele cantor com voz cristalina e ótima dicção. Nascido em Nova York, Tony Bennett foi garçom e, depois, soldado do Exército. Lutou na Segunda Guerra Mundial na Europa e ainda bem que voltou são e salvo. Ganhou a música, ganhamos nós com seu belo canto.
Frank Sinatra dizia que Tony Bennett era o maior cantor do mundo. Vai ver Francis Albert Sinatra tinha razão. Tony Bennett ganhou 23 prêmios Grammy e seu maior sucesso foi "I Left My Heart in San Francisco" (Eu deixei meu coração em São Francisco). Interpretação irrepreensível. Em reconhecimento pela divulgação da cidade, San Francisco homenageou o cantor com uma estátua colocada na frente de um hotel.
Depois, vieram outros sucessos sempre cheios de swing e até com uma certa dor de cotovelo, como se percebe na canção "Because Of You". É uma versão da música caipira (country) "Cold, Cold Heart", composta pelo lendário Hank Williams. A título de curiosidade, lembro que Hank Williams é o autor de "Jambalaya", talvez o maior sucesso de Brenda Lee, uma das rainhas do rock nos EUA.
Tony Bennett também "arrasa" nas canções "Body And Soul" (em dueto com Amy Winehouse), "Fly Me To The Moon", "The Way You Look Tonight" e "The Lady Is a Tramp", esta última sucesso de seu amigo Frank Sinatra. A exemplo do Brasil, os EUA também estão ficando sem os seus grandes cantores e cantoras.
Além de Tony Bennett, foram embora Frank Sinatra, Elvis Presley, Roy Orbison, Dean Martin, Nat King Cole e Ray Charles, sem contar as divas do jazz Billie Holiday, Ella Fitzgerald e Sara Vaughn. No caso do Brasil, vale lembrar que Nelson Gonçalves, Vicente Celestino, Altemar Dutra, Emílio Santiago, Sílvio Caldas, Agnaldo Timóteo e Dick Farney também já partiram. Claro que lembramos também de grandes cantoras, como, por exemplo, Ângela Maria, Gal Costa, Elis Regina, Dalva de Oliveira, Dolores Duran e Rita Lee. Ainda bem que suas vozes estão gravadas e eternizadas.
Sobre Tonny Bennett, lembro-me do comentário de um internauta após o último show do cantor no Brasil. Ele foi premonitório: "Tony Bennett não cantará mais no Brasil". Em seguida, justificou: "É pela idade". A idade chega e, com ela, o esgotamento físico. Salve Tony Bennett, glória da música universal.

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Afogar o ganso é um desperdício e só agrava a fome no mundo.

O Google sabe mais de você do que a sua mãe.
(Julian Assange)

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(Millôr Fernandess)

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