Trabalhar sentado aumenta o risco de um ataque do coração. E agora?

OPINIÃO - Osmar Marchioto Jr.

Data 19/03/2024
Horário 04:30

Qual o sentimento que surge em você, após ler o título deste texto? Acredito que fique angustiado, principalmente se você passa o dia atrás do computador. Afinal, não bastasse o estresse do dia a dia, agora o simples fato de ficar sentado também aumenta a chance de sofrer um ataque cardíaco.
O objetivo não é criar pânico, pelo contrário: é ajudar a desmistificar essas manchetes sensacionalistas que não ajudam em nada quando o assunto é auxiliar você a mudar o seu estilo de vida.
O estudo que motivou tal manchete foi recentemente publicado e associou o ato de permanecer sentado por muitas horas com aumento de morte, mas repare bem, estou falando em associação, que é diferente de uma relação de causa e efeito. São termos que remetem a conceitos diferentes quando analisamos um estudo científico. Há de se ter cuidado ao apresentar dados de um estudo para a população para não gerar confusão, o que nada ajudaria na busca por uma vida saudável.
O artigo corrobora o que já sabemos sobre o sedentarismo – que ele aumenta a possibilidade de adoecermos, principalmente de doenças cardiovasculares, aumentando o risco de morte. No mesmo estudo também é mostrado que pequenas quantidades de exercícios como, por exemplo, uma caminhada de 15 minutos diários, já reduz o risco para o equivalente às pessoas que não trabalham sentadas o dia todo.
Uma dica de hábito simples e funcional seria estacionar o carro três ou quatro quarteirões antes do local de trabalho, ou descer em alguns pontos antes do seu, caso utilize o transporte público. Tal medida já seria o suficiente para a redução do risco de um infarto.
Prefiro enfatizar que pequenas mudanças em nossa rotina já são o suficiente para diminuição do risco de um infarto ou derrame cerebral.
Na era digital, chamar a atenção do leitor, mesmo que seja por alguns instantes, vale ouro! Por isso temos que ter bom senso (algo cada vez mais raro), ao lermos e interpretarmos artigos que falam sobre a nossa saúde.
Desconfiem de conteúdos que prometem tratamentos salvadores, protocolos mirabolantes, medicações que resolvem desde o cansaço à pressão alta. Sabemos que 90% das doenças estão relacionadas com nosso comportamento. E tentar mudar o comportamento através do medo, da ameaça tem resultado nulo.
Nós não mudamos por medo de adoecermos. Mudamos por algo maior. Mudamos pelos nossos valores, mudamos para nos tornarmos pessoas melhores tanto física, mental e espiritualmente.
 

Publicidade

Veja também