Tragédia familiar em Mirante: pai mata filho em legítima defesa durante surto psicótico do rapaz 

Polícia Civil indica que delegado aposentado, 58 anos, agiu em uma fração de segundo ao disparar arma de fogo diante de um surto do filho, um homem de 30 anos, que possuía esquizofrenia

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 09/06/2023
Horário 18:20
Foto: Arquivo
Polícia Civil de Mirante do Paranapanema investiga o caso 
Polícia Civil de Mirante do Paranapanema investiga o caso 

Em uma tarde de quinta-feira que ficará marcada por uma tragédia familiar em Mirante do Paranapanema, um rapaz de 30 anos foi morto pelo próprio pai, um delegado aposentado de 58 anos, durante o feriado de Corpus Christi. Segundo a Polícia Civil, o pai agiu em legítima defesa diante de um surto psicótico do filho, que possuía esquizofrenia. A ocorrência resultou em uma situação de extrema tensão na residência da família, onde moram a mãe e mais três filhos adultos. 
De acordo com relatos do delegado responsável pela investigação, Zanatta Riveira Holsback, o surto do filho começou com um ato de violência, em que o rapaz deu um murro em uma janela da residência. A família, alertada pelo barulho, imediatamente percebeu a gravidade da situação. O pai, ao verificar o ferimento do rapaz, prestou atendimento preliminar, envolvendo a mão do filho com um pano, com a intenção de levá-lo à Santa Casa de Mirante para receber cuidados médicos.  
“Após isso, o pai entrou na residência e foi em direção ao quarto para pegar a chave da camionete. Nesse meio tempo, ele escutou o menino [sic], que estava em surto. Só estavam os dois dentro da casa”, descreve Zannata ao relatar a sequência do ocorrido. 
Após adentrar a residência, de acordo com o delegado, o pai escutou ruídos do filho, que ainda estava em surto, mexendo em uma gaveta de facas. Diante do susto e temendo pela própria segurança, o homem de 58 anos pegou uma arma de fogo que possuía, segurando-a atrás das costas, e começou a se mover lentamente para verificar a situação. “Nisso, ele foi surpreendido pelo filho dentro do corredor, indo em direção para o quarto”, detalha o delegado que investiga o caso.   

“Instinto e desespero"

Nesse momento de instinto e desespero, indica Zanatta, o pai puxou a arma e disparou um único tiro que atingiu a região do rosto do rapaz. O delegado esclarece que não houve uma mira intencional por parte do pai, mas sim uma ação instintiva ocorrida em uma fração de segundo. ”O filho ficou a menos de dois metros do pai, já em cima com a faca. O pai instintivamente puxou a arma, apontou e disparou. Ele não chegou a mirar. Então, instintivamente ele puxou a arma e efetuou um disparo que atingiu a região da face [do filho]”, relata Zanatta ao ressaltar que o intuito do pai não era causar um dano tão grave, mas sim neutralizar a ameaça iminente que o filho representava, considerando a sua condição psicótica e o perigo que a faca representava no momento.
O rapaz foi levado para a Santa Casa de Mirante, no entanto, não resistiu ao ferimento na face e foi a óbito.
A pistola, a munição deflagrada e a faca foram apreendidas pela Polícia Civil. A trágica e complexa ocorrência está sendo investigado pela corporação. 

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