Assim que a aula terminou, a diretora da escola chamou o professor Fialho para uma conversa. Um aluno chamado Custódio apresentou uma queixa contra o professor alegando que o mestre o tratava de forma desigual em comparação com os outros estudantes. Em suma: era um caso explícito de tratamento desigual.
Por causa disso, a diretora, com cara de muitos inimigos e não de poucos amigos, deixou claro que queria esclarecer os fatos, colocando tudo em pratos sujos, quer dizer, em pratos limpos.
"Bem, vamos lá! Sem delongas, o que houve, professor Fialho? Por que o aluno Custódio reclama de tratamento desigual por parte do senhor?", quis saber a diretora, que, como disse acima, estava uma arara, mais brava do que o brasileiro com a falta de vacina.
Sem perder a pose, o professor Fialho ajeitou o nó da gravata, alinhou o cabelo, que estava mais desarrumado do que a economia do País, e deitou falação, ou seja, apresentou a versão dele.
"De fato, ilustre diretora, eu trato os colegas dele com certo carinho na hora de chamá-los pelos nomes. Com o Custódio eu sou normal e cauteloso, digamos assim", explicou o professor.
Depois de tomar um cafezinho, foi em frente: "A Marcela eu chamo de Má, a Fernanda de Fê, o Renato de Rê e o Rodrigo de Rô", contou, emendando um "e assim por diante". Ou seja, usava o diminutivo nos nomes dos alunos de forma carinhosa, o que ficaria esquisito no caso do Custódio, se o chamasse pela primeira sílaba.
Depois de ouvir o professor e sacar o motivo, a diretora chamou Custódio. Num canto da sala, compreensiva, disse baixinho só pra ele ouvir: "Meu filho, pega tua mochila na sala de aula, volta amanhã para a escola com a certeza de uma coisa: o professor gosta muito de você. Pode ter certeza disso".
DROPS
Quem se intromete nos assuntos internos da Bolívia deveria se intrometer também nos assuntos internos dos EUA.
A mentira tem tíbia e perônio curtos.
Os otários também amam.
Passarinho que come pedra avalia o bico que tem.