Três bilhões

OPINIÃO - Marcelo Fritschy

Data 14/04/2020
Horário 04:37

Em setembro do ano passado, a UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região) publicou artigo neste diário destacando como o cidadão pode agir como um agente fiscalizador, sobretudo, no período de campanha, afinal, o Fundo Eleitoral é abastecido com dinheiro público!

E como já era de se esperar, após diversas tratativas, o governo federal estabeleceu que para as eleições de 2020, cerca de R$ 2 bilhões vão para o custeio das campanhas eleitorais e R$ 959 milhões para o Fundo Partidário, usado para manutenção dos partidos políticos brasileiros.

No entanto, uma reviravolta pode acontecer até o início das eleições, pois pelo menos até o momento, quatro juízes da esfera Cível solicitaram para que esse valor de R$ 3 bilhões seja repassado aos municípios, a fim de combater o coronavírus ou subsidiar ações contra os reflexos econômicos da crise em razão da pandemia. Contudo, entre pedidos e negações, o Senado recorreu na semana passada e o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) suspendeu o último pedido.

Abdicar-se é um exemplo de bom senso e altruísmo em um momento em que toda nação vive uma situação emergencial de saúde

O fato é que na conjuntura atual, onde temos um vírus altamente perigoso e riscos eminentes de desemprego em massa e desabastecimento, é quase insano imaginar que os representantes do povo [os quais deveria prestar assistência] não concordem com a destinação dessa imensa quantia para amenizar as consequências na economia e optem por usar tais bilhões para panfletos, bandeiras e programas eleitorais. Porém, não é isso que estamos vendo!

Diante desse cenário, surge mais um fator para que votemos consciente neste ano: separar os partidos que preferem utilizar o Fundo Eleitoral para financiar suas milionárias campanhas daqueles que abrem mão de tal benefício em nome da população. Abdicar-se é um exemplo de bom senso e altruísmo em um momento em que toda nação vive uma situação emergencial de saúde pública e sente-se insegura com o possível colapso econômico nos próximos meses.

 

 

 

 

 

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