Nos últimos anos, a dengue deixou de ser um problema de saúde pública para ser também um problema econômico. Afinal, essa doença impõe uma significativa perda de dias de trabalho, impacto no custo assistencial dos entes públicos e privados, além de causar aumento nos gastos com medicamentos para a população em geral. Ora, quem poderá dizer que nos últimos anos não teve um amigo, vizinho, parente ou que ele mesmo não foi vitimado pela dengue?
Para que a doença aconteça, são necessários quatro personagens: o vírus, o mosquito (Aedes aegypti), reservatório com água parada e pessoas vulneráveis. O doente é a fonte viral e, uma vez picado, faz com que o vírus seja armazenado nas glândulas salivares do mosquito. É importante salientar que um único mosquito pode picar até cinco pessoas em um só dia, e sua vida pode se estender em até 45 dias. Ou seja, uma vez contaminado, um "simples" inseto pode transmitir a doença para mais de 200 pessoas.
Depositados nos vasilhames, os ovos do mosquito Aedes aegypti permanecem viáveis por até um ano. Assim, quando esse mesmo recipiente acumular água, os ovos darão origem às larvas, e em uma semana têm-se os mosquitos.
Algumas pessoas acreditam que, por já terem tido dengue uma vez, não podem contrair a doença novamente. A realidade, porém, é que existem quatro sorotipos diferentes do vírus. Quando alguém é infectado por um deles, adquire imunidade apenas contra aquele sorotipo específico, permanecendo vulnerável aos demais.
Em 2025, depois de 17 anos ausente, o vírus sorotipo 3 voltou a ser transmitido em Presidente Prudente, tornando toda a população prudentina novamente exposta ao risco. A dengue é especialmente perigosa para idosos (e nossa região possui uma população idosa numerosa), crianças, gestantes, pessoas com doenças pré-existentes e para aqueles que já tiveram a doença, uma vez que o risco aumenta a cada novo adoecer.
A dengue não escolhe vítimas, não diferencia ricos de pobres, nem quem vive no centro da cidade ou na periferia. O que ela traz é dor, sofrimento, afastamento do trabalho e, em muitos casos, a perda irreparável de pessoas queridas.
Muitos pensam que “a água parada está na casa do vizinho” ou no “terreno baldio que está com mato”. A verdade é que, quando cada um transfere a responsabilidade para o outro, todos saímos perdendo. No final, ninguém está protegido, e todos podemos ficar doentes.
É necessário assumir a responsabilidade em retirar a água parada que existe em casa, no trabalho ou na rua. Se continuarmos pensando que a responsabilidade e o problema são do outro, continuaremos assistindo o sofrimento e lamentando as mortes causadas por essa doença que pode e deve ser evitada.
Nesse ano de 2025, a UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e região), ciente da sua responsabilidade cidadã, lança em setembro uma grande campanha de combate à dengue. Já contamos com a adesão da Unimed, Prefeitura, Grupo Lidera, Ministério Público, Prudenco, entre outros. Mas, para que isso dê certo, precisamos da contribuição de todos.
Sendo um problema social e econômico, a dengue só poderá ser vencida com a união e parceria do poder público, privado e, principalmente, de você, cidadão prudentino. Por favor, faça a sua parte. “Juntos na guerra contra a dengue”.