Um professor, um livro... E o que fica?

OPINIÃO - Marcos Alves Borba

Data 28/12/2022
Horário 05:00

“O dia que descobrirmos que nada no mundo é estático, aí sim, alguma coisa poderá ser mudada!” Quem me disse isso? Meu querido professor de história da época, José Caetano da Silva, hoje aposentado pela FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista) de Presidente Prudente. 
Foi no tempo do antigo Colégio Objetivo (anos 80). Ali, depois de duas aulas, onde se unia o 3º ano do ensino médio e cursinho, juntos, uma média de 80 alunos, num enorme salão. Se essa frase era dele ou não, não tínhamos a mínima ideia, só sei que até hoje sempre lembro dela quando pensamos em tentar ou querer algo de novo. 
O que verdadeiramente ouvíamos em momentos livres de pensamentos e atitudes, era o que poderíamos levar para o resto de nossas vidas. E que independente de ideologia ou não, tínhamos uma vida inteira pela frente, desde que procurássemos dar um sentido de nossa existência e percepção das coisas. 
Na época, e espero que ele se lembre disso, havia lhe dado um presente. Um pequeno livro, chamado “Dialética sem dogma” de Robert Havemann, 1967, Ed. Zarad. Foi durante uma viagem a São Paulo, visitando uma livraria, achei interessante o tema. E pensei comigo que o nosso professor, dentro de sua ilustre sabedoria, poderia nos sinalizar o que teria de interessante daquele enorme conteúdo. Confesso que, naquele período, por não discernir o que poderia aquele livro me impulsionar, acabei lhe presenteando, o que seria mais sensato de um jovem e pequeno leitor tentando entender certos conteúdos, de um tema totalmente longe de nossa percepção. 
E mesmo hoje, dentro de tantas informações que nos chegam mais rápidas, ainda nos pairam determinadas inquisições de quem seguir, do que ler, do que escrever, do que pesquisar para que nossa serenidade humana capte e contribua com o aprendizado. 
O que quero dizer com tudo isso é simples: um ser humano, numa atribuição de ser um professor (e acredito que você tenha o seu), um livro (na intenção de disseminar certos valores), e o que fica? Uma enorme capacidade do que realmente podemos fazer, se entendermos que é possível. Penso que fica o legado, como suporte de agregarmos o que de alguma maneira possa somar as nossas vidas, isto é, o que fica do que se aprende? E o que esperar do que ainda está por vir? Quem são nossos verdadeiros educadores? 
A educação sempre foi e será o caminho que nos levará ao entendimento do que queremos e podemos chegar a algum lugar. Essa força motriz vinda de qualquer área do conhecimento precisa de gente que mobilize um povo que queira progredir, crescer, evoluir, para que não se adoeça a uma fragilidade de quem comanda. Todo dia é dia, e não precisamos esperar para acontecer!
 

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