Universitários participam de vivência sobre cegueira

Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos, em Prudente, recebeu jovens e professores na manhã de ontem, que proporcionaram interação com assistidos pela entidade

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 24/02/2019
Horário 07:44
 José Reis - Trote reuniu universitários e atendidos da Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos
José Reis - Trote reuniu universitários e atendidos da Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos

Solidariedade e empatia. São estas as palavras que definem a ação ocorrida na sede da Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos, em Presidente Prudente. Na manhã de ontem, alunos da Toledo Prudente Centro Universitário desenvolveram o trote solidário, em virtude do novo ano letivo que teve início neste mês. Desta forma, calouros, veteranos e professores puderam colocar em prática a ação social voltada aos assistidos pela associação. Além de café da manhã, música e troca de ideias com os frequentadores, o “tour sensorial” foi a atividade mais aguardada por quem esteve por lá. Isso porque os participantes tiveram que vendar os olhos e caminhar pelas imediações da instituição utilizando bengalas, a fim de entender a cegueira.

“A experiência proporcionada pela instituição faz o participante enfrentar as dificuldades vivenciadas pelas pessoas que estão em processo de baixa visão, ou até mesmo cegueira total. Durante a atividade, é importante que o aluno reflita sobre os desafios enfrentados no caminho percorrido”, explica Marcela Corrêa Tinti, coordenadora pedagógica do centro universitário. E são os desafios que poderão contribuir de forma positiva para o desenvolvimento pessoal e profissional dos universitários que estão começando a nova etapa da vida acadêmica.

“Quando falamos em trote solidário, muitos remetem às arrecadações de pessoas para pessoas. Desta vez foi ao contrário, porque os participantes doaram o tempo e o espaço, e aprenderam a estabelecer trocas de experiências na nova caminhada. Esta ideia de proporcionar o autoconhecimento aos alunos poderá ocorrer novamente no decorrer do semestre”, pontua Marcela. Além da associação, outras três entidades participaram do trote solidário simultaneamente, entre elas, a Sociedade Civil Lar dos Meninos, Lar São Rafael e Associação Prudentina para Prevenção dos Vícios e Recuperação de Vidas, com atividades distintas.

Na Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos, houve a participação voluntária de 15 alunos. A estudante do sétimo termo de Engenharia de Produção, Ana Maria Bernardes, afirma que empatia é palavra-chave para o momento da vivência. “Moro em Junqueirópolis e tenho o costume de participar de voluntariados com frequência. Acho bonito ver o sorriso no rosto da pessoa acolhida”, salienta. Quem também saiu satisfeito com a experiência foi Marcelo Linhares de Sousa Junior, aluno do quinto termo de Serviço Social. “Quem pratica o bem, coloca em prática a força da alma”, considera, uma vez que pretende seguir carreira na área social.

Busca por amizades

A Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos atende aproximadamente 86 usuários do serviço de Prudente e região, com idades que variam entre 1 e 85 anos. Aos assistidos, a instituição oferece aulas de braile, soroban, artesanato, música, atividades físicas, entre outras. Para o presidente da entidade, Lourenço Augusto Thomazoni de Carvalho, a parceria com instituições é necessária para manter os vínculos. “Estamos contentes com os voluntários, principalmente os jovens, pois carregam o país por meio do trabalho e ideias novas”, afirma.

E essa proximidade é ressaltada pelo aposentado Jeremias Moreira Ferreira, 64 anos, deficiente visual que frequenta a casa há uma década. “É muito bom estar perto de pessoas, e isso tem melhorado a minha relação com a sociedade. Acredito que a ajuda ao próximo é sempre bem-vinda, e o que esses jovens estão fazendo hoje [ontem] me deixa feliz”, afirma o aposentado. Segundo a assistente social da instituição, Camila Goes Benvenuto, a interação citada por Jeremias é de grande valia. “Antigamente, o deficiente visual ficava apenas dentro de casa, hoje, ele está na rua, mostrando o quanto podem fazer sozinhos as atividades do cotidiano”.

Saiba mais

Durante o trote do bem, foi explicada aos participantes a diferença entre os tipos de bengalas utilizadas pelos deficientes visuais. De acordo com a assistente social Camila Goes Benvenuto, a bengala branca é utilizada por quem tem cegueira total, já a bengala verde é para pessoas que possuem a baixa visão.

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