Vacinação traz esperança para o comércio 

Associações enxergam mudanças positivas, caso a região não seja rebaixada no Plano São Paulo 

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 14/02/2021
Horário 06:00
Foto: Arquivo
Vai e vem do Plano SP deixa lojistas inseguros
Vai e vem do Plano SP deixa lojistas inseguros

Mesmo com o atual cenário de contaminações e mortes causada pela Covid-19, a campanha de imunização contra o novo coronavírus trouxe expectativas positivas para o comércio de Presidente Prudente. Apesar da insegurança e instabilidade nas vendas, espera-se que nos próximos meses a situação dos trabalhadores seja diferente, a partir do momento em que boa parte da população já estiver vacinada – o que refletirá no crescimento gradual da economia dos setores. 
O presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região), Vitalino Crellis, estima que, se não houver regressão no Plano São Paulo, a situação dos empresários começará a melhorar a partir dos próximos três ou quatro meses. “Janeiro e fevereiro sempre foram muito fracos, com o fechamento ficou pior. Fevereiro, por exemplo, vai ficar muito ruim”, lamenta. “Agora, se continuar na fase amarela, acho que melhora um pouco, e eu espero que sim!”, expõe. 
Vitalino reconhece a insegurança dos empresários, ainda mais quando batem de frente com aumento dos impostos, principalmente no setor alimentício. “O comércio vai ter que acompanhar, cobrar mais caro. E o consumidor está ganhando cada vez menos, porque está sem dinheiro. Com a vacinação, quem sabe teremos alguma tranquilidade? Todos estão esperando que com a vacina venha a melhorar, mas vai demorar”, explica. Por outro lado, o presidente do Sincomércio observa que os números de óbitos e ocupações de leito estão em queda, e espera que continue desta forma. “Temos esperança ela é a última que morre”, exclama. 
Assim como o Sincomércio, Ricardo Anderson Ribeiro, presidente da Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), acredita que a chegada de vacina traz otimismo para o varejo. Isso porque, segundo ele, é o momento em que a população se sente com “menos pânico” como nos meses anteriores. “A pessoa ficou em casa, com medo de sair, e isso tudo afeta o emocional. E somente pelo fato de ser vacinada, começa a viver mais ‘tranquilamente’, com todos os cuidados”, considera. “Ela começa a fazer as coisas e tentar uma vida normal, no sentido de ter vontade de fazer uma compra, ir ao salão de beleza, se cuidar mais”. 
Ainda conforme Ricardo, o advento da imunização possibilita que os empresários tenham expectativas nas vendas neste ano. “A coisa parece que está engrenando, para nós pelo menos. Estamos preocupados porque o comércio vive de renda, e o governo sabe que sem recurso e sem dinheiro a economia não gira. Talvez até saia algo emergencial [planos de auxílio] para poder gerar economia até engrenar de novo”, expõe o presidente, que também faz referência ao trabalho informal, que depende também do dinheiro do comércio e o comércio do dele. “Dá para ver uma luz no fim do túnel, estamos enxergando algo positivo”, considera. 

Plano SP traz insegurança

A aplicação da vacina diminui o número de contaminados e, consequentemente, permite a retomada gradual dos trabalhos. A notícia agrada aos comerciantes, mas mesmo assim, o vai e vem do Plano São Paulo ainda os deixa inseguros. De acordo com o gerente da Jô Calçados, Tiago Silva Novais, nas últimas semanas as vendas superaram as expectativas, principalmente na fase amarela, quando o horário de atendimento foi estendido. Porém, o medo ainda toma conta. “Não dá para falar se vai ser positivo ou negativo, cada semana é uma dúvida se vai trabalhar ou manter fechado”, lamenta. “Mesmo assim, continuamos com atendimentos por delivery”, explica Tiago.
A entrega a domicílio é uma alternativa para se precaver caso a região seja novamente rebaixada. No caso da Dany Modas, que trabalha com o público feminino e masculino, atendimento residencial não é o forte, o que faz com que a loja aproveite a atual fase para apostar na vitrine. A gerente Daniele de Freitas Spigaroli, observa os prudentinos ainda estão com medo de irem ao centro, não apenas por conta da doença, mas por gastarem o dinheiro que não têm. “Temos a esperança de não fechar [as portas] de novo. Mas a certeza de que o comércio irá reagir é quando perderem a insegurança em relação à doença”, expõe, ou seja, quando boa parte da população já estiver vacinada. 

 

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