“As medidas anunciadas pelo governo federal para conter os danos causados pelo ‘tarifaço’ eram necessárias diante da gravidade da situação”, avaliam a Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) e o Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região) sobre o Plano Brasil Soberano, lançado pelo governo federal, no dia 13. O presidente da Acipp (Associação Comercial e de Inteligência de Presidente Prudente), Raul Audi, por outro lado, considera que essa crise atual “nos mostra a importância do país buscar estratégias empresariais mais ágeis, diversificadas e sustentáveis”.
“No curto prazo, através do Plano Brasil Soberano, os exportadores poderão acessar crédito mais barato, adiar obrigações fiscais e buscar novos mercados com o respaldo do governo. Isso colabora na proteção do setor produtivo nacional, minimizando os efeitos nocivos da sobretaxa sobre as nossas empresas e trabalhadores”, ressalta a Acipp.
“Mas o governo precisa seguir buscando, incessantemente, por soluções negociadas para restabelecer condições justas para o comércio bilateral com os Estados Unidos. Mais do que isso, abrir novos mercados para termos uma rede comercial mais resiliente e diversificada e menos sujeita a eventuais mudanças abruptas no futuro, que abalem tão seriamente a nossa economia”, complementa Raul.
Em relação ao plano, Fecomércio e Sincomércio afirmam que as políticas, que envolvem disponibilidade de crédito a empresas mais atingidas, adiamento de arrecadação de impostos, estímulos via compras governamentais e apoio jurídico nos tribunais norte-americanos, terão efeitos significativos, sobretudo para produtos industrializados, que, com a taxação do mercado estadunidense, ficam provisoriamente sem direcionamento.
Citam, no entanto, que essas mercadorias não serão realocadas em outros mercados no curto prazo e, por isso, as empresas que as produzem estão sujeitas a impactos mais sérios, os quais, em alguns casos, prejudicam regiões inteiras do país. “Portanto, sem um resgaste imediato, a sobrevivência desses negócios estaria em risco”, alegam.
Para as entidades, entretanto, é preciso também que o governo não aumente ainda mais a tensão diplomática com a Casa Branca. “O momento é de evitar declarações retaliatórias e discussões públicas improdutivas. É mais relevante negociar com responsabilidade e moderação. Só assim as medidas que a federação e o Sincomércio entendem não ter fundamento econômico terão a chance de ser revertidas”, ressaltam.