Vai um transplante de órgão de porco aí?

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista do tempo do platinado e do carburador

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 22/11/2020
Horário 05:31

Vocês devem ter lido ou escutado a notícia de que o porco pode ser, digamos, um "doador" de órgãos para transplantes em seres humanos. Isso mesmo: homens e mulheres, não importa a idade, podem ser beneficiados. 
Dizem que quem vê um porco "aberto", com os órgãos à mostra, vê também o corpo humano por dentro tal é a semelhança - interna, claro - entre humanos e suínos.
O coração do porco - e creio que também o coração da porca que torce a cauda - é bem parecido com o coração humano, cara de um e focinho do outro, diria aquele suinocultor que não sei quem é. Sem e com brincadeira, a semelhança entre os dois corações é grande mesmo.
Pois é, os cardiologistas estão de olho no coração "porcal", quer dizer, suíno e não se surpreendam se alguém aparecer em breve com um coração de porco batendo no peito. Se os dois tipos de coração são parecidos, os rins, então, nem se fala. Aliás, fala sim.
Taí: o coitado que sofre de doença renal e não suporta mais a hemodiálise pode ter esperança, pois é candidato a se livrar dessa encrenca. Um transplante de rim de porco não será descartado num futuro que não está tão distante assim, a julgar pelo que dizem os cientistas. 
Além do coração e dos rins, o porco pode também ser "doador" de outros órgãos. Pulmões, fígado e estômago estão na lista de órgãos que podem ser transplantados. Até mesmo quem é espírito de porco, os tranqueiras de sempre, merecem ser beneficiados, caso necessitem de um órgão saudável.
Como vocês sacaram, se esse negócio de transplante de órgão suíno der certo chegaremos à conclusão de que do porco nada se perde, a exemplo do que acontece com o boi, do qual só não se aproveita o suspiro, como dizia o Stanislaw Ponte Preta.
A notícia sobre o aproveitamento de órgãos suínos em transplantes foi muito comentada no bar do Zeca. Na qualidade de bêbado de grife, daqueles que bebem vodca vagabunda que dá chicotadas no fígado, o Mendonça se animou, pois seu "figueiredo" já estava mais "baleado" do que a economia brasileira. 
"Nem chá de boldo e nem Epocler me dão alívio. Acho que vou fazer um transplante de fígado de porco", comentou, lembrando que cria um porco albino bastante saudável.
O Pachecão, outro freguês do bar, não se interessou muito pelo assunto e partiu para a esculhambação. "Olha aqui, cambada, até aceito transplante de órgão de bicho, desde que não seja porco", avisou. Do fundo do bar um bêbado gritou querendo saber qual seria esse bicho.
Pachecão torceu o fio da barba, deu um gole pro santo e falou: ´"É jumento. Quero um transplante daquele "órgão" do jegue". Aí um gaiato ponderou: "Acho melhor ocê desistir dessa ideia de jerico, pois, se vestir bermuda após o transplante, vão pensar que ocê tem três pernas".  
 
DROPS

Focinho de porco não é tomada, mas pode ser tomado.

Onde a vaca vai o boi não vai atrás. Quem vai atrás é o touro.

As formigas não têm formigamento.

Lagarto que come ovo de avestruz sabe a garganta que tem.
 

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