Velha surda

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 16/08/2022
Horário 07:00

Um dos personagens mais icônicos dos programas de humor e da própria televisão no Brasil foi a Dona Bizantina Escatamáquia Pinto, a popular Velha Surda. Criada e interpretada pelo ator Roni Rios, foi inicialmente apresentada no programa “Praça da Alegria” na TV Paulista em 1964, quando ele era comandado pelo criador Manoel da Nóbrega. Basicamente, os esquetes se baseavam nas incompreensões de uma senhora que tinha dificuldade auditiva e entendia tudo errado que o interlocutor dizia: o senhor Apolônio (Viana Júnior) que se irritava com as confusões e acabava comendo jornal. De longa saia preta, peruca grisalha, maquiagem pesada, com óculos fundo de garrafa, ela chegava tateando o lugar no banco com seu guarda-chuva (que depois virava arma quando se ofendia nas suas incompreensões), cantarolando a música: “oh, querida, oh, querida Clementina!”. Tornou-se o quadro de maior sucesso do programa, e o humorista passou por diversos outros programas e emissoras até se fixar novamente em “A Praça é Nossa” no SBT a partir de 1987, onde permaneceu até sua morte em 2001. O ator Roni Rios era médico veterinário atuante e levava as duas carreiras paralelamente, tendo feito sucesso também com os personagens Philadelpho e Explicadinho (Eu gosto das coisas muito bem explicadinhas, nos seus mínimos detalhes). 
    
“Afetuosos e afetados

Vivemos motivados a afetos: sempre apresentamos uma disposição a alguém ou alguma coisa, podendo ser positiva ou negativa. Há uma explosão de afetos misturados dentro da gente, muitos positivos (amor, carinho, fraternidade, generosidade, compaixão, empatia) e outros tantos negativos (ódio, desgosto, desprazer, decepção, frustração, ciúmes, inveja) que algumas horas nos tornamos uma panela de pressão de sentimentos mistos e em outros permanecemos em calmaria afetiva. Estes sistemas afetivos estão presentes em diversos momentos de nossas vidas, contribuindo em nossas avaliações das experiências e planejamento de novas ações para suprir várias necessidades humanas: a necessidade de buscar, de fuga, de luta, de amor, de cuidar, de dominar, de sexualidade. Características individuais e experiências subjetivas nos fazem conduzir para que uma ou mais dessas necessidades liderem nossas prioridades. Os afetos são despertados por estímulos ou motivos internos e externos. O termo sintonização afetiva se refere à capacidade de ser influenciado afetivamente por estímulos externos (quem não já pegou carona nos sentimentos de alguém no calor da emoção?). A irradiação afetiva é justamente a capacidade de transmitir ou contaminar os outros com seu estado afetivo (pessoas de astral brilhante que fazem bem ao ambiente e outras, negativas, cujo baixo astral é nocivo e contagiante). As vivências afetivas vão dando cor, luminosidade, calor às experiências humanas, e a afetividade não é uma capacidade restrita ao campo da emoção e do sentimento, mas vem atrelada ao sistema motor e cognitvo. Movimento, conhecimento e sentimento caminham juntos e sofrem desvios de rota em parceria. 

Dica da Semana

Televisão

Elenco maduro de “Cara e Coragem”:
A novela da Rede Globo das 19h tem temáticas e elenco bastante jovens. Algumas participações de atores maduros e experientes enriquecem a trama de Cláudia Souto: Leopoldo Pacheco (o Joca), Stella Maria Rodrigues (Nadir), Guida Vianna (Dagmar), Anselmo Vasconcellos (Milton Figueira), Ivone Hoffman (Adélia), Dja Martins (Lia), Othon Bastos (Delegado Peixoto) e Jaime Leibovitch (Juiz Dornelles). 
 

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