VEM estuda autuação para caçambas

PRUDENTE - Mariane Gaspareto

Data 26/02/2016
Horário 10:52
 

A VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) recebeu nesta semana denúncias de caçambas acumulando focos do mosquito Aedes aegypti - vetor da dengue, chikungunya e zika vírus. "Fomos informados de um pátio lotado de caçambas acumulando água e estamos verificando esses possíveis criadouros", aponta a educadora de saúde da VEM, Elaine Bertacco. No entanto, a forma de autuar os responsáveis por isso ainda não está definida, conforme a coordenadora do órgão, Vânia Maria Alves Silva.

De acordo com ela, os agentes de combate a endemias ainda não encontraram de fato o foco do Aedes em uma caçamba, e ainda precisa averiguar como poderá responsabilizar o proprietário ou locatário. "Isso ainda é muito novo, essas denúncias começaram a surgir agora", declara Vânia.

A coordenadora acrescenta que a VEM verificará com a Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos e Legislativos sobre como proceder nessa situação, se o responsável é o dono da caçamba, quem a alugou e qual penalidade deve ser aplicada. No entanto, Vânia garante que se as larvas dos mosquitos forem encontradas, haverá uma responsabilização sobre o local onde foi achado o foco do Aedes aegypti.

 

Caçambas abandonadas

As leis que dispõem sobre os serviços de recolhimento de entulhos em Prudente hoje são três: 5.190/98, 5.718/02 e 6.677/07. Elas abordam como deve ser feita a retirada dos entulhos, o transporte, regulamentam a pintura que a caçamba deve ter e como ela deve ser disposta na rua – mas nenhuma determina uma fiscalização dos resíduos no interior das caçambas ou uma punição de quem mantém lixo comum.

O problema dessa situação é que alguns locatários acabam mantendo suas caçambas por dias nas ruas de Prudente, sem fiscalização, e a população as utiliza como "lixeira" particular. A reportagem verificou situações como essa em diversos pontos da cidade nesta semana, no Jardim Cambuy, no Jardim Balneário e até defronte ao Parque do Povo. Nessas caçambas foram encontrados diversos recipientes que poderiam acumular água e se tornar focos de dengue em períodos mais chuvosos – como nesta semana – entre eles: mangueiras, caixas e até copos de plástico e garrafas.

A preocupação de quem mora nas proximidades é grande. O comerciante Elione Ferreira, 46 anos, por exemplo, cita que uma caçamba estava há dois dias ao lado de seu estabelecimento comercial, sendo utilizada para despejo de lixo comum. "A retirada dos resíduos por quem alugou tinha que ser mais rápida para evitar que isso aconteça", declara. Já a cabeleireira Damiana Conceição, 57 anos, afirma que o problema é a falta de consciência da população. "De que adianta fazer mutirão, se dá uma semana e o povo já suja tudo de novo?", questiona.

Já a comerciante Eliza Flora Alcanfor, 48 anos, afirma que o bairro já está "acumulando" casos de dengue, e que isso deveria sensibilizar os moradores. "Além desta caçamba, temos outros problemas, como as lajes que não são limpas e acumulam água, o lixo jogado em qualquer lugar sem discriminação, tudo isso cria um ambiente favorável para esse mosquito, que hoje se prolifera praticamente em qualquer lugar", diz.

O gerente de uma empresa de aluguel de caçambas, que não quis se identificar, garantiu que as empresas orientam os locatários a não manter lixo comum nas caçambas e que o recolhimento deve ser feito o mais rápido possível. "Quando verificamos uma situação de desleixo ou abandono, retiramos a caçamba na hora como punição, mesmo que seja alugada por um período maior, pelo uso incorreto", afirma.

 
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