Mais um passo foi dado rumo à implantação do SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) na região de Presidente Prudente. Prefeitos, secretários de saúde e equipes técnicas dos municípios estiveram reunidos em Prudente, nesta terça-feira, para discutir os custos do projeto e analisar os locais de implantação da CRU (Central de Regulação de Urgências) e das bases descentralizadas.
Ao final da reunião, um grupo condutor de 20 profissionais técnicos e responsáveis pela saúde dos municípios foi constituído para formatar o projeto e encaminhar para aprovação dos municípios participantes.
Duas cidades manifestaram interesse em sediar a CRU, que recebe os chamados e direciona os atendimentos: Presidente Venceslau e Teodoro Sampaio. O projeto prevê a divisão das 20 bases descentralizadas em cinco regiões, com o objetivo de instalar sete USAs (Unidades de Suporte Avançado) e 20 USBs (Unidades de Suporte Básico).
O prefeito de Teodoro Sampaio, Juninho Poceiro (União), destacou a urgência do serviço: “Meu município está a mais de 100 quilômetros de Prudente, que é a referência para esse tipo de atendimento. Ter o SAMU acelera o tempo de resposta e faz com que o paciente tenha mais chance de sobreviver. É preocupante o fato de só a nossa região não contar com isso no Estado de São Paulo”.
O secretário de saúde de Anhumas, Mario Henrique Machado, reforçou o coro: “Somos a única região do Estado de São Paulo que não tem o SAMU. Enquanto enfermeiro, entendo que esse é um serviço essencial, pois quem ganha é a população, com atendimento especializado e de qualidade já no local da ocorrência”.
Cláudio Monteiro, diretor de saúde do Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista), ressaltou o caráter colaborativo necessário para tirar a ideia do papel. “É um projeto muito denso e que demanda um trabalho a muitas mãos. Estamos nos unindo para trazer mais qualidade no atendimento à saúde da população”, destaca.
O projeto abrange 45 municípios do DRS (Departamento Regional da Saúde) 11 além de Bastos e Flórida Paulista (DRS-10), totalizando o atendimento a mais de 800 mil pessoas.
O SAMU é uma central de regulação que tem por objetivo encaminhar o tipo de ambulância correto para cada ocorrência e, assim, já iniciar o atendimento ao paciente no local para, posteriormente, encaminhá-lo à unidade de saúde que tem melhor capacidade de atendê-lo.
Dessa forma, o SAMU não visa substituir os serviços de ambulância já existentes nos municípios, que continuam atendendo dentro da sua rotina. Pelo contrário, é um serviço que complementa a saúde da região. “É importante ressaltar que o SAMU vem para somar, não para substituir serviços já existentes, são mais ambulâncias chegando à região para melhorar as chances de sobrevivência dos pacientes e diminuir os riscos de sequelas”, afirmou Cláudio Monteiro.
O SAMU possui uma CRU que recebe todos os chamados e direciona qual tipo de veículo deve se deslocar para a ocorrência. Existem dois tipos de ambulância: a USB (Unidade de Suporte Básico), com condutor socorrista e técnico de enfermagem, e a USA (Unidade de Suporte Avançado), que conta com condutor socorrista, médico e enfermeiro. Ambas as unidades iniciam os protocolos de atendimento no local.
Após a avaliação, a CRU informa o destino mais adequado para o paciente, considerando a localização e a capacidade da unidade de saúde para atender a ocorrência. Esse processo evita deslocamentos desnecessários e diminui as filas e a lotação nos hospitais.
O SAMU também conta com um NEP (Núcleo de Educação Permanente), responsável por treinamentos e capacitações contínuas das equipes.
Os municípios têm agora até o dia 10 de outubro para analisar os custos e formalizar o interesse ou a desistência de participação no projeto. Enquanto isso, o grupo condutor fará o desenho final do projeto para dar sequência nos trabalhos.