Vida sacramental

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 18/07/2021
Horário 05:45

Pedindo licença aos não católicos que me presenteiam com a sua leitura semanal, dirijo-me hoje aos católicos, irmãos e irmãs na fé e na tradição eclesial. A vida é uma chamada de Deus à existência. Ninguém doa a si mesmo a própria vida. Ela é uma dádiva, um dom recebido sem pedido nem pagamentos. Com o tempo descobrimos o seu valor e então pagamos o preço de mantê-la, protegendo-a e defendendo-a, tal como quando nos alimentamos, nos agasalhamos contra as intempéries ou procuramos atendimento médico. Estamos há um ano e meio ouvindo e temendo ou nos despistando da Covid-19 e do invisível, mas real, coronavírus.
Quanta coisa a pandemia desorganizou! Quanta coisa a pandemia deixou às claras! Quanta coisa a pandemia despertou no comportamento das pessoas, das instituições e das nações! Quanta coisa ainda passamos por causa da pandemia! Enfim, quanta coisa tem acontecido durante esse tempo! O papa Francisco é das vozes que afirmam: da pandemia sairemos ou melhores ou piores, não da mesma forma. Ao mesmo tempo que a solidariedade pontual mostrou o rosto, a cara da indiferença mostrou os seus dentes afiados. A pobreza alastrada e os muitos números sociais estão aí para quem quiser ver, ler, estudar, entender...
Das coisas desorganizadas pela pandemia está a vivência comunitária, religiosa e sacramental. Agora, quando a pandemia indica arrefecimento –em parte pela vacinação avançando, em parte por medidas sanitárias assumidas pelas pessoas– resta a dificuldade de muita gente retomar o ritmo pastoral e sacramental. Há gente que ia feliz e convictamente à missa dominical toda semana e que ainda não regressou. Seriam pessoas cujos cuidados estão acima de tudo?
Não acho de bom alvitre chantagear ou amedrontar as pessoas para que descubram o belo, o justo e o verdadeiro; é preciso esperar o tempo... De todo modo, se você querido católico, prezada católica, já participa de praticamente todas as coisas que fazia antes da pandemia –como almoços e jantares com pessoas que não moram na mesma casa, ir frequentes vezes ao comércio sem muita preocupação, viajar e outras atividades que aglomeram– mas ainda não retomou a frequência aos sacramentos (especialmente o da Eucaristia na Santa Missa) examine a sua consciência.
A pandemia afetou a sua fé? A prece foi apenas pela libertação do vírus e pela cura da saúde dos seus amados e queridos? Ou é a expressão do filho que confia no Pai e vive reunido em família, pois sabe que nada pode sozinho? Talvez seja necessária uma dose da vacina contra a indiferença: oração, confissão e conversão. Vamos à Missa?
Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Pax!!!

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