Vila Malaman é bairro com mais denúncias de maus-tratos a animais

Excesso de gatos na localidade foi noticiado por este diário recentemente; CCZ não apura efetivamente tais casos, reportando ocorrências à polícia

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 26/06/2018
Horário 07:42
Arquivo - Na Vila Malaman, moradores dividem opiniões a respeito do excesso de gatos
Arquivo - Na Vila Malaman, moradores dividem opiniões a respeito do excesso de gatos

A Vila Malaman é o bairro com mais denúncias a respeito de maus-tratos contra animais em Presidente Prudente, de acordo com o médico João Henrique Arteiro de Carvalho Leite, veterinário responsável pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) - que não tem números a respeito das ocorrências. Ele explica que o órgão não apura efetivamente esses casos, uma vez que recebe as denúncias e as encaminha para a Polícia Civil, que atende ao denunciante. A situação, inclusive, foi relatada por este diário no início deste mês, na seção “Bairros”, na qual os moradores ouvidos pela reportagem se dividiam entre os que consideravam o excesso de gatos do bairro como um incômodo, e aqueles que encaravam com normalidade a situação.

A Polícia Civil esclarece que diante de situações de envenenamento de animais é necessário registrar um boletim de ocorrência direto na Delegacia de Polícia local ou fazer a denúncia por meio do site www.policiacivil.sp.gov.br, onde o Depa (Departamento de Proteção Animal) encaminhará a solicitação aos respectivos agentes locais. Outro bairro que tem registrado casos de morte e maus-tratos a animais no município é o Jardim Paulistano. Lá, os moradores têm colado cartazes em postes das imediações, em que alertam sobre o crime de matar animais domésticos, e informam aos munícipes sobre como denunciar os casos de maus-tratos. Eles tiveram a iniciativa quando quatro gatos no bairro foram envenenados por chumbinho – veneno com venda proibida, utilizado para matar ratos. Boletins de ocorrência foram efetuados, a fim de encontrar um suposto autor dos envenenamentos.

O vendedor Marcelo Augusto Direne, 42 anos, mora no bairro onde os animais estão sendo envenenados. Ele procurou a reportagem para contar sobre a preocupação que os vizinhos enfrentam após a morte de felinos nas imediações das residências. De acordo com Marcelo, a localidade sempre teve histórico de morte de cachorros por envenenamento, mas de maneira esporádica. Contudo, a situação se agravou quando, em uma única semana, quatro gatos morreram após comerem carne com o veneno chumbinho.

Diante da situação, Marcelo e um grupo de moradores resolveram afixar cartazes em ruas do bairro, a fim de conscientizar as pessoas a não matarem os animais, além de colocar contatos para denúncias. “Boletins de ocorrência foram feitos após os registros, mas até agora não sabemos quem pode ter matados os bichinhos”, lamenta.

Com o intuito de buscar políticas públicas para proteção dos animais, a Rede Pró-animal contribui para evitar a morte e agressões a gatos e cachorros. Membro do grupo de 12 pessoas, a fisioterapeuta Valéria Ribeiro, 56 anos, se diz preocupada que estes casos ainda ocorram. Ela afirma que o trabalho da rede é importante que, aliado às redes sociais, “permite que a população fique em alerta quanto a casos desta natureza”. Com isso, a ativista pontua para que “os tutores não deixem os animais nas ruas”, o que aumenta as chances deles serem envenenados e incomodarem aqueles que não gostam dos bichos.


 

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