Violência contra a mulher: chaga social precisa ser banida de uma vez por todas

EDITORIAL -

Data 28/08/2025
Horário 04:15

Agosto é lilás. Mais do que uma cor, esse mês carrega um chamado urgente à consciência coletiva: o enfrentamento da violência contra a mulher. Instituído para marcar o aniversário da Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, o Agosto Lilás é um movimento nacional de conscientização sobre os direitos das mulheres e o combate à violência doméstica e familiar — uma chaga social que, apesar dos avanços legais, ainda persiste em números alarmantes.
Como noticiado por este diário, inúmeros municípios da região de Presidente Prudente abraçaram esta causa e estão realizando diversas ações de conscientização. A cada ano, milhares de mulheres em todo o país sofrem agressões físicas, psicológicas, patrimoniais, sexuais e morais — muitas delas dentro de casa, por pessoas com quem mantêm laços afetivos. 
Para além das estatísticas frias, essas violências cotidianas constroem ciclos de dor, medo e silenciamento que, por vezes, duram anos. Romper com esse ciclo não é apenas um ato de coragem da vítima: é também um processo que exige rede de apoio, políticas públicas eficazes e uma sociedade comprometida com a proteção e o acolhimento.
É preciso lembrar: toda mulher tem direito ao suporte necessário para se libertar da violência. Isso inclui acesso a informações, canais de denúncia, medidas protetivas, atendimento psicológico, assistência social e jurídica. A Lei Maria da Penha, considerada uma das mais avançadas do mundo, garante esses direitos — mas eles só se tornam realidade quando implementados com responsabilidade pelos órgãos públicos e quando são amplamente divulgados à população.
A campanha Agosto Lilás nos convida, portanto, à ação. Denunciar é fundamental — e o telefone 180, da Central de Atendimento à Mulher, está disponível 24 horas por dia, de forma gratuita e sigilosa. Mas também é essencial que cada um de nós atue como agente de transformação: acolher, escutar sem julgar, orientar e encaminhar uma mulher em situação de risco pode ser decisivo para salvar vidas.
Não podemos normalizar o silêncio nem a omissão. A violência doméstica não é uma questão privada, é um problema social. E combatê-la exige um esforço coletivo — governos, instituições, comunidades, famílias e indivíduos. Que neste Agosto Lilás, mais do que iluminar monumentos, possamos iluminar consciências. Porque toda mulher tem o direito de viver livre de medo. E toda sociedade tem o dever de garantir que esse direito seja respeitado.

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