Voltaremos ao normal ou teremos um novo normal?

OPINIÃO - José Carlos Cavalcante

Data 04/06/2020
Horário 04:12

Certamente responder esta pergunta neste momento, talvez não tenhamos ainda uma resposta conclusiva. Sabemos que a pandemia está provocando e vai provocar uma profunda reestruturação: social, econômica e organizacional.

A grande maioria das empresas está preocupada com a sua sobrevivência imediata. Penso que, as que vencerão o pós-crise serão aquelas que já estão se preparando para um novo normal que certamente virá depois. Imagino que neste momento, os seus planejamentos anuais, com revisões trimestrais, passaram a ser trimestrais com revisões diárias.

A paralisação da economia foi rápida e necessária através de legislações e procedimentos legais, porém, certamente teremos um grande desafio e dificuldades para religar a economia e recomeçar de onde paramos. Religar a economia novamente exigirá um novo normal com vários e novos fatores sociais, organizacionais e econômicos.

Não podemos esquecer que, em função da globalização, a economia está interligada e os países interconectados. Por mais que alguns setores se recuperem um pouco mais rápido, o efeito global continuará crítico. A maioria dos países e setores terá uma recuperação lenta.

Em se tratando de negócios nesse período de pandemia, ficou evidente que as empresas que tinham melhor presença digital demonstram ter agilidade, resiliência e capacidade adaptativa. Verificou-se que uma empresa com a presença digital conseguiu se adaptar neste cenário complexo e desafiador com mudanças rápidas e com a velocidade adequada. A pergunta que fica é: as empresas terão que ser digitais? A resposta mais provável é que sim. A presença digital deixa de ser uma opção ou um futuro projeto para ser a base operacional do negócio e com a premissa de mantê-lo competitivo.

As empresas deverão ter a sua declaração de propósito e a nova proposta de valor dentro de uma nova realidade para o seu público interno e externo.

A paralisação brusca na economia como também o distanciamento social passou a exigir das pessoas novos hábitos. Por exemplo, trabalhar em casa ou em qualquer outro lugar e não apenas na empresa certamente foi uma das grandes mudanças. Tudo isso fez as empresas repensarem os locais de trabalho. O local de trabalho passa ser onde as pessoas estão e não em um prédio com endereço fixo. O presencial não será extinto, mas deixará de ser uma obrigação.

Finalizando, setores serão redesenhados, modelos de negócios reavaliados, modelos de trabalho repensados com novas competências profissionais.

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