Volume de vendas cai 4,7% entre janeiro e maio

PRUDENTE - Jean Ramalho

Data 03/08/2016
Horário 09:58
 

O volume de vendas do comércio varejista da região de Presidente Prudente caiu 4,7% entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme dados do ACVarejo, levantamento mensal da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). Durante os primeiros cinco meses de 2015, o faturamento real do setor na região atingiu R$ 2.961.261.032,04. Enquanto que, no mesmo período deste ano, os lucros ficaram em R$ 2.822.476.310,38, uma diferença de R$ 138.784.721,66.

As lojas de vestuários, tecidos e calçados foram as mais impactadas no período, com uma retração de 30,3% no volume de vendas. Resultado de uma diferença de R$ 15.601.643,83 nos faturamentos dos primeiros cinco meses de 2015 e 2016. No ano anterior, o setor obteve um lucro de R$ 51.567.697,82, ao passo que, neste ano, esse resultado ficou estacionado em R$ 35.966.053,99.

Jornal O Imparcial Lojas de vestuários, tecidos e calçados recuaram 30,3%

Outros setores que apresentaram quedas vertiginosas durante o período foram as lojas de móveis e decorações e as concessionárias de veículos, com recuos de 20,7% e 20,6% no volume de vendas, respectivamente. Para o presidente da Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), Ricardo Anderson Ribeiro, o principal diferencial entre as três categorias que mais retrocederam é o modelo de vendas de cada um.

Isso porque, segundo Ricardo, enquanto os ramos de móveis e decorações e das concessionárias de veículos dependem, sobretudo, da liberação de crédito para efetivar suas vendas, as lojas de vestuários, tecidos e calçados comercializam suas mercadorias principalmente através do dinheiro vivo. Com isso, no entender do presidente, o cenário apresentado pela pesquisa deixa evidente que, além da ausência de crédito, a população está no limite de seus recursos financeiros.

"A queda no vestuário é um sinal de que as pessoas estão de fato sem dinheiro. Isso é preocupante, pois nas últimas pesquisas apenas os itens com necessidade de crédito apresentavam queda, agora, até mesmo o vestuário. Significa que as pessoas estão sem dinheiro, mas não apenas isso, as pessoas estão endividadas. Quando você está sem dinheiro você não vai fazer mais dívidas", considera Ricardo Anderson.

 

Recuo generalizado

Dos nove setores do comércio varejista considerados no levantamento, a 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo fechou no vermelho em sete no acumulado entre janeiro e maio deste ano. As lojas de material de construção apresentaram a quarta maior queda, com um recuo de 17,1%. Resultado de um faturamento de R$ 153.076.680,19 até maio de 2015, que caiu para R$ 126.972.358,74 no mesmo período deste ano.

Com menos 9,7%, a categoria de autopeças e acessórios figurou no quinto lugar no ranking das quedas. Seguida pelas lojas de departamentos, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que recuaram 6,5%; e pelos supermercados, que caíram 2% no acumulado. O único setor específico que registrou alta foi o de farmácias e perfumarias, que cresceu 5,2%. Além dele, a categoria chamada de outros tipos de comércio varejista, que considera itens de menor valor, obteve um leve avanço de 0,8%. "A pessoa deixa de comprar uma calça, uma blusa, um sapato, mas compra seu xampu, seu sabonete, seu condicionador e perfume. Por isso, o setor de farmácia e perfumaria dificilmente apresenta retração nessas pesquisas", revela o presidente da Acipp.

 

Volume de vendas

Se a queda no acumulado entre janeiro e maio foi de 4,7%, o cenário do quinto mês do ano foi ainda mais desolador para o comércio varejista da região. No comparativo com o mesmo mês do ano anterior, o setor teve um encolhimento de 11% no volume de vendas. Já no contraste com o mês de abril, a queda foi de 3,1%, enquanto que no acumulado dos últimos 12 meses a recessão ficou em 1,5%. "Durante os meses de junho e julho as vendas aqueceram, em função do frio. As lojas já estão, inclusive, liquidando o estoque que restou para fomentar as vendas. Então, a tendência é que este cenário esteja melhor no segundo semestre, pois os indicadores demonstram isso", acredita Ricardo Anderson.

Opinião que é compartilhada pelo presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), Alencar Burti. "Nossa expectativa é que as retrações no varejo comecem a arrefecer, na medida em que melhore a confiança do consumidor", diz ele, por meio de nota da Assessoria de Imprensa da ACSP.

 

DADOS REGIONAIS





























VOLUME DE VENDAS



Períodos



TOTAL



Maio 2016/Abril 2016



-3,1%



Maio 2016/Maio 2015



-11,0%



Acumulado 2016



-4,7%



Acumulado 12 Meses



-1,5%



Fonte: Associação Comercial de São Paulo
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