Durante a última reunião do Grupo Lidera, realizada na terça-feira (19), o médico Edison Iwao Kuramoto fez um alerta sobre a gravidade da dengue em Presidente Prudente e pediu apoio dos empresários para a campanha que está sendo organizada pela UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região).
“O que antes era um problema individual, hoje é uma questão social e econômica. A dengue lota hospitais, traz custos para o sistema de saúde e afeta diretamente as empresas, já que cada trabalhador afastado pela doença representa pelo menos 10 dias de ausência”, destacou Kuramoto.
A campanha contra a dengue terá duas frentes principais:
• Ações educativas: distribuição de 60 mil folders, faixas e materiais de conscientização em bairros da cidade;
• Limpeza intensiva: utilização de 12 caminhões por dia, às quintas e sextas-feiras, para recolher entulhos e possíveis criadouros do mosquito.
Segundo o médico, na última grande mobilização, em 2019, foram retiradas mais de 220 toneladas de entulho da cidade, o que ajudou a evitar um surto naquele ano.
A ação conta com o apoio da Prefeitura, da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), do Ministério da Saúde e da Unimed , que já se comprometeu a colaborar financeiramente, especialmente para viabilizar os caminhões de coleta. Também haverá a participação da Codemco e de reeducandos do sistema prisional, responsáveis pelo trabalho braçal.
Kuramoto reforçou a necessidade de envolvimento do setor privado: “Nós precisamos de ajuda prática. Desde marmitex para os trabalhadores envolvidos até coletes de identificação, material de divulgação e, principalmente, apoio na mobilização social por meio das empresas e condomínios”.
O médico explicou que a campanha deste ano tem caráter estratégico, já que a cidade iniciou a soltura de mosquitos macho contaminados com a bactéria Wolbachia, método biológico que impede a transmissão do vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
“Se conseguirmos limpar muito agora, reduziremos a quantidade de ovos do mosquito. Isso, associado ao método biológico, pode nos garantir pelo menos dois anos sem surto expressivo da doença”, concluiu.