Projeto debate uso de nitrogênio na agropecuária

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 28/03/2019
Horário 05:00
José Reis - Pesquisadores do Reino Unido, Sacha (esq.) e Davey (dir.) estiveram ontem na sede do jornal
José Reis - Pesquisadores do Reino Unido, Sacha (esq.) e Davey (dir.) estiveram ontem na sede do jornal

Pesquisadores do Brasil e do Reino Unido estiveram na sede de O Imparcial na tarde de ontem para um bate-papo sobre a cooperação internacional iniciada em 2016 e que objetiva analisar o uso de nitrogênio em sistemas de produção agropecuária, além de falar sobre estudos que sinalizam a redução de custo na produção agropecuária e menor agressão ambiental, mediante o uso de tecnologia. “Escolhermos Presidente Prudente para esse encontro, já que se trata de um ambiente agrícola bem diferente do que os pesquisadores do Reino Unido já viram”, salienta o professor titular da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu, Ciro Antônio Rosolem. A vinda do grupo ao oeste paulista conta com programação de quatro dias, de terça até amanhã, com debates centralizados na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista).

Conforme Ciro, a reunião, em suma, se resumiu em um encontro que objetiva acompanhar a fase final do projeto, para que um balanço sobre as atividades desenvolvidas seja realizado, a um futuro planejamento e que servira, inclusive, para a região. “Esse documento com as principais conclusões servirá, também, para que possamos repassar aos agricultores, e de forma que possamos aproveitar tudo o que foi estudado ao longo dos anos. Ainda não temos o planejamento exato, mas ele será de grande valia”, salienta.

Ainda como parte dos membros brasileiros estava a pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão, Mellissa Ananias Soler da Silva, que falou sobre a importância de unir duas nações em um mesmo objetivo. “Temos uma série de problemáticas que eles também encontram no outro continente, então é importante esse estreitamento de laços, já que podemos aproveitar muito deles e de uma forma que sai produtiva para todos”, esclarece. Pelo Brasil, estão envolvidos no projeto: Unoeste, IAC (Instituto Agronômico de Campinas), Embrapa (Instituto Federal Goiano, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) de Goiás, USP (Universidade de São Paulo), Uema (Universidade Estadual do Maranhão), UFG (Universidade Federal de Goiás) e UFMA (Universidade Federal do Maranhão).

Para o pesquisador da Unoeste, Carlos Henrique dos Santos, a universidade fica “feliz e satisfeita” em receber o grupo, uma vez que a oportunidade permite o contato com pesquisadores de nível internacional, além de ser uma “boa chance”, já que a universidade é a única do setor privado a fazer parte do “consórcio”. “Se trata de poder introduzir alunos em algo que chamamos de tripé e que é composto por: ensino, extensão e pesquisa. É uma experiência que pode ser carregada para o resto da vida, já que conhecimento nunca é perdido, e uma chance de a universidade desenvolver processos de internacionalização”.

“Os estudos, nos quais estão inseridos experimentos de campo, são de grande importância para todos os envolvidos e ganha notoriedade na região de Presidente Prudente, por ser a que concentra o maior rebanho bovino do Estado de São Paulo, com 1,8 milhão de cabeças”, lembra a Unoeste.

Pesquisadores internacionais

Já pelo Reino Unido, estão envolvidos pesquisadores da rede Nottingham, centro de pesquisas Rothamsted e as universidades de Bangor e Aberdeen. O professor em Física do Solo da Universidade de Nottingham, Sacha Mooney, por exemplo, esteve na sede deste diário e lembrou que além do foco no uso de nitrogênio em sistemas de produção agropecuária, o grupo espera ainda ajudar pessoas dos países, já que são problemas compartilhados, assim como os objetivos. “O que torna essa pesquisa interessante é o fato de que são lugares diferentes em suas características. O Reino Unido é menor do que o Brasil e aqui muitos dos processos da agricultura são mais avançados, então é uma troca de experiência rica”.

Já o professor de Solo e Ciência Ambiental da Universidade de Bangor, Davey L. Jones, lembra que anualmente os países gastam muito dinheiro em processos de produções agrícolas, sendo que a pesquisa poderia ajudar a pensar em estratégias para a redução de custos, além de ser uma oportunidade de apresentar aos produtores uma forma de lidar com tais novidades e que seriam benéficas para a população, através do consumo de produtos de qualidade, por exemplo. “Precisamos mudar essa realidade, inclusive para que as novas gerações que estão por vir possam ser beneficiadas. Se todos mirarmos na mesma direção, aliando ao uso de tecnologia e educação, se torna algo viável a ser feito”, finaliza.

 

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