Ipojucã: Gol mais rápido da história

Ex-jogador faleceu em 11 de novembro, aos 86 anos, dias antes de comemorar cinco décadas do seu feito

Esportes - WEVERSON NASCIMENTO

Data 26/01/2020
Horário 04:30
Foto: Reprodução/ Jean RamalhoAlegria do jogador ao receber certificado emitido pelo Guinness Book
Foto: Reprodução/ Jean RamalhoAlegria do jogador ao receber certificado emitido pelo Guinness Book

Você sabia que o gol mais rápido do futebol amador brasileiro, foi em realizado em Santo Anastácio no dia 23 de novembro de 1969? Pois é, a geração mais jovem talvez não o conheça, mas o feito foi realizado por Antonio Montanari, ex-jogador de futebol pelo time da Apea (Associação “Prudentina” de Esportes Atléticos) e, que, representava a região da Alta Sorocabana. Amante do futebol e das partidas de rua desde moleque, Ipojucã, como era conhecido, se consagrou com o gol relâmpago, apenas 4 segundos, na partida entre Grêmio Mar Azul e Associação Portuguesa Anastaciana. O fato repercutiu nos jornais da época, inclusive, neste periódico que relembrou na semana passada, em sua coluna “Há 50 anos”, a façanha do jogador .

Como tantos que se consagram no mundo do esporte, ele começou nas peladas de rua e, desde muito cedo, mostrou talento na arte da bola. “Os comentários do pessoal do bairro e da meninada que participava das ‘peladas’, que aconteciam nos campinhos de rua e nos terrenos baldios, fizeram o menino sonhar com dias melhores, porque via no futebol, o caminho seguro e certo”, como relata o irmão Argemerino Orácio dos Santos.  

E foi no interior do Estado de São Paulo que Ipojucã se consagrou. Nascido em São Paulo, morou na capital até os 18 anos, quando precisou se mudar para a cidade de Piquerobi (SP), onde começou a jogar. Em seu livro, "Ipojucã, a Saga de um Matador", o jogador relata o seu amor pela modalidade esportiva e pelo interior. “O futebol do interior é pra gente de fibra e fé, e é preciso ser valente para suportar a dinâmica que envolve paixões, rivalidades e as dificuldades de toda sorte”, ressaltava o jogador.

 

GOL RELÂMPAGO

DE IPOJUCÃ

O gol relâmpago do atleta foi “inimaginável”, como relatado por ele mesmo em seu livro. “Esse gol me levou para o Livro dos Recordes, e as homenagens foram tantas e de tantos lugares que, naquela hora, nem em sonho eu poderia imaginar”. Diante de toda maestria, Ipojucã recebeu um certificado emitido pelo Guinness Book (Livro dos Recordes), que tratou o feito como o gol mais rápido do futebol amador brasileiro.

E para abrilhantar ainda mais seu talento, Ipojucã recebeu um telegrama do Presidente Médicci, em março de 1970! Já a Indústria de Bolas Drible destacou o gol, homenageando-o com a entrega da “Bola de Ouro”. Vale lembrar que essa distinção aconteceu poucas vezes na história do futebol, sendo uma delas, entregue para o Rei Pelé por ter marcado o milésimo gol, em 19 de novembro de 1979, apenas quatro dias antes do gol relampado de Ipojucã.

Depois que parou com a bola, Montanari abraçou a carreira de treinador e, na nova atividade, conseguiu adquirir e acumular experiência, espelhando-se nos bons treinadores com os quais trabalhou como jogador e depois supervisor e técnico. No entanto, dirigiu equipes como Corinthians de Presidente Prudente, Tupã, Bandeirante de Birigui, Ilha Solteira, Presidente Venceslau, Candidomotense, entre outros. Além de passar por várias equipes amadoras da região, foi técnico no Distrito Federal, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Antonio Montanari faleceu no último dia 11 de novembro, aos 86 anos, em Campinas (SP), dias antes de o seu feito comemorar 50 anos. O ex-jogador era casado com Marta Montanari, e pai de duas filhas, Janete Montanari e Fátima Montanari.

 

Ipojucã recebeu um certificado emitido pelo Guinness Book como o gol mais rápido do futebol amador brasileiro

 

Foto: Reprodução/ Jean Ramalho - Ipojucã (1º à esq.) ao lado de Pelé que também marcou grande feito, o milésimo gol

 

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