"A Deusa Vencida"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 29/03/2022
Horário 08:00

A jovem Cecília (Glória Menezes) se apaixona pelo belo e rico Edmundo Amarante (Tarcísio Meira), mas o casamento entre ambos é impedido pela rivalidade entre os pais dos jovens. Para sanar a dívida de jogo de seu pai, Cecília acaba se casando com o fazendeiro Fernando Magalhães (Edson França), mas não o ama. Edmundo retorna depois de algum tempo da Europa, noivo de sua prima Malu (Regina Duarte) que tem pouco tempo de vida, e se reaproxima de seu antigo amor. Contudo, Cecília passa a enxergar Fernando com outros olhos e a vida de todos é bombardeada por uma série de cartas anônimas geradoras de conflitos. Um grande sucesso da TV Excelsior de 1965 da autora Ivani Ribeiro reunindo um elenco de astros e dando a primeira oportunidade para a jovem Regina Duarte. A trama foi regravada em 1980 na TV Bandeirantes e ambas tiveram a direção de Walter Avancini. Para o triângulo amoroso foram convocados Elaine Cristina, Agnaldo Rayol e Roberto Pirillo, e a jovem Neuci Lima foi lançada no papel que tinha sido de Regina, desta vez sem sucesso. Altair Lima fez o mesmo papel nas duas versões: do fidalgo Lineu Maciel, pai de Cecília. Primeira grande superprodução da TV Brasileira. 
    
“Ostracismo moderno”

O termo ostracismo remonta à Grécia Antiga e se refere ao banimento por dez anos de uma pessoa de suas atividades políticas. Quando os atenienses consideravam que determinado cidadão era uma ameaça à democracia, ele era submetido a uma votação. Os eleitores escreviam o nome da pessoa num pequeno pedaço de cerâmica chamado de óstraco, do grego óstrakon. Quem tivesse o nome mais votado era submetido ao ostracismo, significando que ele deveria se afastar de Atenas por dez anos. Depois desse período, ele poderia retornar com plenos poderes políticos. Com o passar do tempo, esta interpretação histórica foi sendo deixada de lado e “cair no ostracismo”, hoje em dia, significa ser esquecido por todos. O ostracismo social de tempos atuais é o que ocorre com as pessoas que perdem sua relevância em um grupo social e que são esquecidas pelo tempo e deixam de ter o poder e significância que já tiveram um dia. O ostracismo político e artístico é bastante evidente e notório, com nomes que foram gloriosos no passado em poder, importância e sucesso e que tiveram seus nomes esquecidos com as mudanças provocadas pelo tempo: aposentadoria, envelhecimento, renovação de valores, chegada de elementos mais jovens. Um país com evidente falta de memória cultural provoca um reflexo mais punitivo com o ostracismo de celebridades, que já foram conhecidas por todos e hoje são lembradas por pouquíssimos. O culto ao novo, à juventude, a roda esmagadora do consumo e a celebrização automática do banal joga no ostracismo, nomes impactantes cujos talentos, produção artística, relevância cultural tiveram pouco impacto em sua permanência na chamada crista da onda. E podem estar certos que os gigantes atuais da mídia serão os futuros ocupantes das cadeiras do ostracismo das novas gerações. Renovam-se os valores e os nomes, e jogam-se para o ostracismo o que é considerado ultrapassado... sem direito a um retorno em dez anos. 

Dica da Semana

Televisão

Elenco maduro da novela “Pantanal”:
O remake de “Pantanal” (exibida na TV Manchete em 1990) estreou ontem na Rede Globo às 21h e promete uma história de sucesso recheada de atores experientes. Atores maduros poderão ser vistos: Osmar Prado (Velho do Rio), Selma Egrey (Mariana), Enrique Diaz (Gilberto Marruá), Leopoldo Pacheco (Antero Novaes), bem como Paulo Gorgulho (Ceci) e Almir Satter (Eugênio Chalaneiro), que estiveram na primeira versão. 


 

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