“A música me completa, é minha terapia. Eu me conheci verdadeiramente pela música”

Willy Macedo - CANTOR, COMPOSITOR, GUITARRISTA E MÉDICO

VARIEDADES - GABRIEL BUOSI

Data 21/08/2019
Horário 07:28
Divulgação -
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Ele nasceu em Presidente Prudente, cresceu no interior paulista, mas seu sucesso foi grande demais para ficar apenas na região, que por sinal, tem grande importância na sua história. Com projetos disponíveis nas principais plataformas de música em todo o mundo, Willy Macedo é exemplo do que podemos chamar de “um artista de alma”.

Com 28 anos, o jovem compõe, canta, toca guitarra e concilia a paixão pela arte com a vocação de cuidar de vidas, já que ele atua na capital paulista como médico, após formação na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) e residência no Estado de Santa Catarina. Como ele mesmo classifica, foi trabalhando justamente em hospitais que, por meio de sua música, conseguiu causar um impacto social maior que a própria medicina.

Com músicas autorais, um projeto se destaca em sua carreira: “Willy e os Talheres”, que foi gravado no Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente, e conta com sete músicas (vídeo e áudio), que já estão no ar. “Vai além da música”. Abaixo, uma entrevista com a carreira e significado da música para o artista que carrega até hoje as heranças de uma personalidade única, reflexo dos pais, Mara e Willy Macedo.

O Imparcial - Como surgiu o seu contato com a música?

Quando tinha 10 anos, minha vó Flora me colocou na aula de violão. Minha família dizia que eu era um desastre no começo, mas com 12 anos eu já escrevia músicas e as gravava no computador.

Ao longo desses anos, teve alguma experiência que te marcou e que lembra até hoje? 

Raramente eu escrevo uma música contando minha história propriamente dita. Normalmente, me coloco na pele de algum parente ou amigo e escrevo pelo ponto de vista dessas pessoas. Durante minha residência de Cirurgia Geral em Joinville [SC], passei a exercer isso com meus pacientes. Diante da doença, sob a incerteza da vida, aprendi sofrendo ao lado dessas pessoas a valorizar a vida como nunca antes. Essa experiência modulou minhas letras e melodias.

Hoje você conta com o projeto “Willy e os Talheres”. O que seria esse projeto?

“Willy e os Talheres” é um projeto com músicas autorais, com arranjos de metais, guitarras vintages e letras em português. Além das canções serem leves e falarem sobre assuntos singelos, que muitas vezes não damos a devida atenção na correria do dia a dia, elas manifestam romantismo e simplicidade, aliadas a um toque quase que introspectivo e reflexivo. Nós gravamos uma session no Centro Cultural Matarazzo com sete músicas [vídeo e áudio], que já estão no ar em plataformas como o YouTube, Spotify, Deezer e demais plataformas. Mais sete músicas já estão prontas e em breve sairão, dessa vez em formato de clipes que se conectam e juntos contam uma única história. “Willy e os Talheres” vai além da música. Tenho um projeto “Doe amor” que sintetiza qualquer boa ação, seja tocando para os pacientes em hospitais, ajudando abrigos de animais, nas lives semanais, em que além de tocar, leio trechos de livros de autoajuda e espiritualidade.

“Se você nunca viu um médico-músico, advogado-escritor, arquiteto-bailarino ou um dentista-pintor, seja um, permita-se!”

Quando a medicina surgiu na sua vida, chegou a cogitar parar a música ou nunca foi uma opção? 

Eu sempre tive essa trava, pensando que ser médico e ter uma carreira de músico concomitante era impossível, inaceitável. Desse modo, apesar de sempre compor e gravar em estúdio, eu tinha medo, receio de assumir meu lado artístico. Há pouco tempo me dei conta: eu não tenho que escolher, eu posso fazer as duas coisas. Eu finalmente recebi a permissão de ninguém menos do que eu mesmo, de respeitar minhas ideias e ir em busca dos meus sonhos. Se você nunca viu um médico-músico, advogado-escritor, arquiteto-bailarino ou um dentista-pintor, seja um, permita-se!

E como é conciliar essas duas paixões?

A medicina me ensinou não apenas o cuidado pela saúde do próximo, mas a compreender essa grande oportunidade que recebemos, chamada de vida. Isso tudo refletiu em minhas músicas.

Qual a importância de Prudente ou da região nessa sua história? 

Eu nasci e cresci aqui, e só morando fora eu pude entender a sorte que tive de ter vivido aqui. Nós, prudentinos, somos especiais, olhamos nos olhos ao conversar com o outro, nos negócios o amor vem antes do dinheiro, nossa receptividade e calor humano chega a assustar as pessoas de fora. Atualmente eu moro em São Paulo, mas toda minha família está aqui. Prudente hoje é meu refúgio, o canto das aves e o por do sol daqui me inspiram.

O que a música, com tudo isso, significa para você?

A música me completa, é minha terapia. Eu me conheci verdadeiramente pela música, expressando sentimentos que sem a música ficariam guardados dentro de mim. Os jovens hoje estão perdidos, as referências adequadas são raras, a grande maioria dos artistas que eles seguem traz mensagens rasas e ideologias fúteis. Só com a música podemos mudar esse cenário, trazendo mensagens que buscam despertar nas pessoas o verdadeiro sentido da vida e a evolução intrapessoal. Vamos mostrar ao mundo que normal é quem segue o caminho do amor.

 

 

 

 

 

 

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