Aromaterapia em cuidado paliativo 

OPINIÃO - Franciele Schwarz

Data 02/02/2023
Horário 04:30

Paliativo tem origem no latim Pallium, significa manta ou coberta, isto é, proteger, amparar, cobrir, abrigar, cuidar quando a cura de determinada doença não é mais possível.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a continuidade da vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.
Os cuidados paliativos foram inicialmente considerados um dos pilares básicos para assistência ao paciente oncológico. Entretanto, nos últimos anos, esse conceito foi ampliado, incluindo também a assistência a outras patologias como Aids, doenças crônicas cardíacas, insuficiênciarenal, doenças degenerativase doenças neurológicas, sendo considerada parte da assistência em programas de atenção a idosos.
As Pics (Práticas Integrativas e Complementares em Saúde) são tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenção e promoção em saúde, mas também podem ser usadas como tratamentos paliativos. Atualmente, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece de forma integral e gratuita 29 Pics à população, dentre elas a aromaterapia.
Aromaterapia é uma técnica terapêutica que utiliza substâncias aromáticas naturais, os óleos essenciais das plantas, para melhorar a saúde física, mental e emocional. Pode ser utilizada de diversas formas de aplicação, como massagens, banhos e inalações.
A aromaterapia está cada vez mais incorporada à prática clínica, particularmente em ambientes de cuidados paliativos. Tem sido relatada como a terapia complementar mais comumente utilizada em todo o mundo, especialmente por enfermeiros. Os cuidados necessários a pacientes paliativos estão focados no conforto e bem-estar e, desta forma, o uso da aromaterapia se mostra uma opção interessante, já que o excesso de intervenções convencionais pode causar efeitos colaterais indesejados e até ampliar os problemas à saúde. 
Foi observada a eficácia da aromaterapia na redução da dor, das náuseas, da qualidade do sono, além de diminuir os níveis de sofrimento psicológico, oferecendo ao paciente a melhoria da qualidade de vida, podendo, portanto, ser utilizada de forma segura e de baixo custocomo opção complementar de cuidados em saúde.
Alguns hospitais renomados já contam com ambulatórios especializados em cuidados paliativos, como o Hospital Albert Einstein e Sírio Libanês, na capital paulista, que ofertam as Pics não só para os pacientes, mas também aos seus familiares que vivenciam esse processo intensamente junto com seu ente querido.
Portanto, a integração da aromaterapia ao tratamento farmacológico em pacientes paliativos deve ser considerada como parte do cuidado humanizado. Não se trata de antecipar a morte, nem prolongar o processo de morrer e o sofrimento, mas sim de proporcionar qualidade de vida e bem-estar, mesmo quando a cura não seja possível.
 

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