"Capitão Furacão"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 08/09/2020
Horário 06:34

Entre 1965 e 1970, as crianças tinham um ídolo na TV: o Capitão Furacão. Antes de Xuxa, Sítio do Picapau Amarelo e Vila Sésamo, as crianças da década de 60 queriam mesmo era assistir o programa diário do “Capitão Furacão” exibido pela Rede Globo a partir das 17h. Vivido pelo ator Pietro Mário (na época com 26 anos e com barbas brancas e quepe para compor o visual de um marinheiro), ele tinha como assistente de palco a atriz Elizângela, que compunha seu visual de minissaia, meias brancas e boina de marinheira, tendo iniciado sua carreira aos 11 anos. As crianças enviavam cartas com fotos para a emissora e recebiam uma carteirinha de grumete autografada pelo capitão Furacão, que lia as cartas, dava conselhos, conversava com as crianças e exibia desenhos infantis de Hanna Barbera. Foi a maior audiência da emissora nos anos 60, e Pietro Mário ficou marcado pelo personagem, apesar de continuar participando de novelas e atuando como dublador em filmes. Pietro Mário morreu em 31 de agosto por complicações cardíacas, mesmo tendo se curado da infecção pelo coronavírus, aos 81 anos.     

“Revisão medicamentosa”

“Esse remédio você tem que tomar pelo resto da sua vida”! Você já deve ter ouvido falar essa frase, até mesmo emitida por um médico ou profissional de saúde. Ela traz a mensagem implícita de que o tratamento tem que ser contínuo e o medicamento não pode ser interrompido, e provavelmente é destinado ao controle de uma doença crônica. No entanto, ela traz uma meia verdade: em geriatria, nenhum remédio é para sempre. As receitas têm que ser revistas e reavaliadas com frequência. Medicamentos devem ser ajustados sempre, pois o envelhecimento do organismo pode modificar o efeito farmacológico de muitas drogas (principalmente por transformações renais, hepáticas e metabólicas – quanto à composição de água e gordura no organismo). Muitas receitas de uso contínuo são repetidas sistematicamente, e a cada nova intercorrência, consulta ou internação, mais alguns itens vão sendo incorporados ao arsenal medicamentoso do idoso. Medicamentos úteis e necessários devem ser reavaliados, pois as doses podem ser flutuantes e ajustáveis, a combinação entre um medicamento com os outros podem ser prejudiciais (as chamadas interações medicamentosas) e medicamentos tradicionalmente utilizados para o controle de doenças crônicas podem não ser as melhores opções para o organismo que envelhece. Existe o grande risco de iatrogenia (complicações e efeitos adversos causados pelo próprio tratamento médico) ao longo do envelhecimento baseado em um tripé: a-) polifarmácia (uso diário acima de cinco medicamentos); b-) prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados (a Sociedade Americana de Geriatria faz revisões frequentes sobre os medicamentos que deveriam ser usados com cautela para pessoas em processo de envelhecimento, e esta lista além de grande, contém diversos medicamentos que são de uso consagrado e comum); c-) prescrição de medicamentos que são indutores ou bloqueadores enzimáticos (medicamentos que quando utilizados em conjunto com outros que são metabolizados pelo mesmo grupo de enzimas, podem interferir no efeito do outro, aumentando o efeito ou até mesmo inativando). Desta forma, nenhum remédio é para o resto da vida. A necessidade de tratar uma condição sim. 

Dica da Semana

CD – Música 

Paulinho Nogueira Canta suas Composições:
O selo Discobertas relançou em CD, esta gravação original de 1970 produzida em LP pela RGE. O músico e compositor Paulinho Nogueira (1927-2003) traz 12 faixas com suas composições mais famosas como “Menino Desce Daí”, “Moça da Chuva” e “Contracanto”. Com destaque para a belíssima faixa “Menina”: “Menina, que um dia eu conheci criança. Me aparece assim, de repente. Linda, virou mulher... te carreguei no colo menina. Cantei pra ti dormir”.
 

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