‘Crise de ciúmes’ teria motivado feminicídio em Junqueirópolis

Marido da vítima, que confessou o crime, chegou a deixar um bilhete após matar a mulher dentro de casa

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 04/05/2021
Horário 11:26
Foto: Polícia Civil
Bilhete foi deixado pelo marido logo após o cometimento do crime
Bilhete foi deixado pelo marido logo após o cometimento do crime

O crime de feminicídio ocorrido na madrugada de ontem, em Junqueirópolis, pode ter sido passional. Detido ontem pela Polícia Civil, o autor, 41 anos, que é marido da vítima, alegou que praticou o ato devido a uma “crise de ciúmes”, o que está sendo investigado pela delegacia do município. 

Rita Fagundes da Rocha tinha 49 anos, e segundo a Polícia Militar, trabalhava como camareira. Ela foi encontrada morta no quarto da própria casa, ao lado da cama, com ferimentos no rosto e tórax, aparentemente causados por perfurações de faca. 

De acordo com o delegado Eliandro Renato dos Santos, após matar a esposa, o indivíduo deixou um bilhete no sofá da sala com os dizeres: “fiz isso porque me traiu”.

Ainda, encaminhou um áudio por aplicativo de mensagem no celular de um dos filhos, onde confessou o crime e pediu perdão a eles. 

Conforme a Funerária São Vicente, a despedida de Rita Fagundes da Rocha começou às 18h de ontem, no Velório Municipal de Junqueirópolis. O sepultamento ocorreu  às 8h de hoje, no Cemitério Municipal.


Reprodução/Facebook - Rita tinha 49 anos e deixa dois filhos

Briga e morte

O crime ocorreu na madrugada de segunda-feira, no Jardim Paulista, após uma discussão entre o casal, que começou no final da noite de domingo.

De acordo com o delegado Eliandro Renato dos Santos, vizinhos relataram sobre uma discussão que ocorreu durante "bastante tempo''. “Depois disso, houve um silêncio. E esse silêncio foi quebrado pelo fato de o indivíduo ter saído de casa, com o carro, e depois retornado e saído novamente”, explica. 

O casal tem dois filhos, de 8 e 13 anos, que estavam na casa. Em depoimento, o mais velho confirmou a briga, mas disse que dormiu e foi acordado pelo pai por volta das 2h - com a desculpa de que ele iria trabalhar, e que teria levar os meninos para a casa da tia.

De acordo com a Polícia Militar, o adolescente chegou a ver manchas de sangue na casa, mas como estava "sonolento", entrou no carro e saiu com o pai e o irmão.

Depois disso, acredita-se que o próprio autor tenha acionado o resgate para socorrer a esposa. “A viatura foi com a ambulância e quando chegou ao local, a porta estava trancada”, afirma a PM. Mas, logo que as equipes conseguiram entrar, encontraram marca de sangue pelo imóvel, bem como um bilhete em cima do sofá com os dizeres: “fiz isso porque me traiu”.

Dando sequência nas buscas, perceberam que a porta do quarto estava trancada. “Acharam uma chave, entraram e viram a mulher caída no chão, com sangue”, lembra a Polícia Militar. Os socorristas da ambulância verificaram que a vítima já estava morta, em rigidez cadavérica. 

Identificação e buscas

Após ser comunicada do registro de ocorrência, agentes do setor de investigação da Delegacia de Polícia de Junqueirópolis iniciaram as diligências na tentativa de localizar e prender o suspeito pelo feminicídio. “O homem acabou sendo encontrado em um endereço localizado no bairro Vila Santo Antônio, sendo que de pronto acabou se entregando e não ofereceu resistência à ordem de prisão em flagrante”, afirma a Polícia Civil.

Ele foi conduzido até a delegacia onde foi interrogado e confessou ser o autor. Conforme a Polícia Civil, ele disse que teria praticado o crime por “crise de ciúmes”. Ele ainda indicou o local em que havia escondido duas facas. As armas e uma calça do suspeito, com vestígio de sangue, foram apreendidas.

“O homem foi autuado em flagrante pelo crime de feminicídio, ficando à disposição da Justiça para ser submetido a audiência de custódia. A Polícia Civil já representou pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, e outras diligências ainda serão realizadas para a conclusão final do inquérito policial”.


Polícia Civil - Duas facas e uma calça foram apreendidos ontem

SAIBA MAIS
Denúncias anônimas e informações sobre casos de Violência Contra Mulheres podem ser feitas pelo Disque Denúncia 180 (Central de Atendimento à Mulher) e, ou diretamente nas delegacias de Polícia Civil. O sigilo e o anonimato são garantidos.

Saiba como denunciar violência doméstica na Delegacia Eletrônica

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