Em nome da rosa

A mulher é um continente que multiplica vidas. De tão bom, diante da cesura do nascimento, alguns até hoje, ainda perguntam por quê? Um universo tão perfeito, por que precisamos nascer? Sim, é o processo evolutivo, no universo uterino é impossível permanecer. 
Há uma figura aqui fora preparada para recepcionar os que nascem. A mulher-mãe: uma pessoa especial, preparada, astuta, versátil, incansável, criativa e amorosa. A mãe tem o alimento natural que jorra como uma cascata infinita. E tem a temperatura, sabor, viscosidade, cor e amor ideais. Alimenta na medida certa, nutrindo e amando ao mesmo tempo. 
A mulher é um continente amplo, sólido e flexível! Há uma disponibilidade inata, bondosa e habilidosa à espera de conteúdo para serem assentados ali. Sábia, ela intui sobre esses conteúdos que são muito difíceis em lidar, quase impossíveis de tolerar e os mais amenos. Ela, metaforicamente, digere e usa todo o seu “sistema digestivo”, triturando, cortando em pedaços miúdos, deglute, metaboliza, devolvendo de forma suportável. 
Assim, ela torna tudo mais palatável para esse bebê com uma mente primitiva em direção à constituição do psiquismo. A mulher junto com o homem povoa nosso universo. A mulher continua sua jornada, fusionada se for preciso, até que o filho possa caminhar em direção às demandas que o viver exige. 
O ciclo é compreendido em investimento e des-investimento em si mesmo. Há momentos em que a mulher deixa de se ver, para olhar para o outro. A mulher é um computa-dor que não falha. Suporta dor que transcende fronteiras da sanidade mental. Hoje a mulher ampliou o seu espaço e as leis foram ampliadas em seu benefício. Nós adquirimos vozes e há reflexos e ressonância desse movimento. A rosa virou azul e o azul virou rosa e assim novas configurações tornaram-se vivas e possíveis. No jardim da vida há espaço para todos. Salve, salve todas as mulheres. Força!

 

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