O caminho para a saúde financeira familiar

OPINIÃO - Julio Vergaças Fernandes

Data 07/03/2024
Horário 04:30

Despesas como viagens, IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e compra de material escolar impactam fortemente o orçamento doméstico no início do ano e trazem preocupação para quem quer manter a saúde financeira familiar, evitando a inadimplência e o endividamento. Dados do Serasa de dezembro último apontavam que mais de 71 milhões de pessoas estavam inadimplentes no Brasil, o equivalente a 43,4% da população. Em São Paulo, a taxa foi de quase 46%, colocando o Estado como o oitavo com a maior parcela no país.
Para passar por essa fase do ano com mais tranquilidade e evitar fazer parte dessas estatísticas, o ideal é montar um orçamento anual. Isso significa levantar os possíveis ganhos e despesas no ano, e verificar qual a estimativa de dinheiro já comprometido e de potencial de reserva. Com isso, é possível ter um controle maior dos gastos, evitando assim “armadilhas” que podem surgir quando se está restrito a um olhar de curto prazo, o famoso – e perigoso – “depois eu pago”.
Para aqueles que, ao montarem esse planejamento, encontrarem dificuldades para manter a saúde financeira, tenho algumas dicas:
- Economizar: avalie se há condições de reduzir gastos com itens do cotidiano, como transporte, luz, gás, água e pacote de TV por assinatura, internet e celular. Colocar tudo na ponta do lápis para analisar eventuais economias, mesmo que pequenas, pode fazer muita diferença ao longo do ano;
- Ter uma reserva financeira de emergência: diante de qualquer problema inesperado que exija o uso de recursos, uma reserva de emergência permite que se mantenha o foco no longo prazo. Mas não deixe de tentar realizar seus sonhos, planejando uma reserva de curto prazo para objetivos como viagens, cursos, compras de um eletrodoméstico ou até a troca do carro; 
- Renegociar dívidas: caso haja dívidas prévias, é necessário avaliar se há margem para negociação. Este pode ser um meio para aumentar a capacidade de investimento no ano; 
- Criar metas: traçar metas de conquistas de curto, médio e longo prazos ajuda a fomentar a disciplina. Pense no futuro de sua família e na própria aposentadoria. Observe o que é possível atingir em um curto espaço de tempo, mas também não deixar de contemplar o futuro, pois o tempo é um grande aliado dos investimentos;
- Olhar para o futuro: avalie a contratação de produtos de longo prazo, como uma previdência privada. Busque por vantagens tributárias, tenha disciplina (fazendo aportes mensais) e diversifique os investimentos de acordo com o seu perfil, momento de vida e objetivos.
Além dessas dicas, há aplicativos e planilhas que facilitam o planejamento. E as famílias podem aproveitar iniciativas oferecidas pelo mercado de renegociação de dívidas, contratação de financiamentos mais baratos e ofertas de crédito nas modalidades pessoal, consignado e com garantias. Porém, é importante seguir as orientações de especialistas certificados e de instituições financeiras confiáveis. Assim, além de evitar dores de cabeça, é possível realizar sonhos e metas que, no momento, constam apenas no papel.

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