O estresse como protagonista no desenvolvimento das doenças cardiovasculares

OPINIÃO - Osmar Marchioto Jr.

Data 18/05/2024
Horário 04:30

O estresse é uma realidade onipresente na vida moderna, muitas vezes subestimada em suas consequências para a saúde. O estresse crônico pode desencadear uma série de efeitos adversos, incluindo o aumento do risco de doenças cardiovasculares.
Quando enfrentamos uma situação estressante aguda, nosso corpo entra em modo de "luta ou fuga", liberando hormônios para nos preparar para lidar com a ameaça percebida, sendo importante para nossa sobrevivência em uma situação de perigo iminente. No entanto, quando o estresse é crônico e persistente, são liberadas substâncias que hoje sabemos que é o ponto central no desenvolvimento das doenças, principalmente as cardiovasculares.
Uma das maneiras pelas quais o estresse afeta a saúde cardiovascular é através do impacto no sistema circulatório. O aumento dos níveis de cortisol e adrenalina pode levar à constrição dos vasos sanguíneos, elevando a pressão arterial e aumentando a carga sobre o coração. Com o tempo, isso pode contribuir para o desenvolvimento de hipertensão arterial, um fator de risco significativo para doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais.
Além disso, o estresse crônico está associado a mudanças no metabolismo do corpo, incluindo o aumento dos níveis de glicose no sangue e a resistência à insulina. Essas alterações podem levar ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, uma condição que, por sua vez, aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como doença arterial coronariana e insuficiência cardíaca.
O estresse também pode influenciar negativamente o nosso estilo de vida. Muitas pessoas recorrem a hábitos prejudiciais, como alimentação inadequada, consumo excessivo de álcool, tabagismo ou falta de atividade física, como forma de lidar com o estresse. Esses comportamentos aumentam ainda mais o risco de doenças cardiovasculares e podem criar um ciclo vicioso de saúde precária.
Além dos efeitos diretos sobre o corpo, o estresse também pode afetar a saúde cardiovascular por meio de seus efeitos sobre a saúde mental. A ansiedade, a depressão e outros distúrbios psicológicos estão associados a um maior risco de doenças cardiometabólicas.
Diante dessas evidências, é crucial reconhecer a importância de gerenciar o estresse como parte de um estilo de vida saudável. Estratégias como exercícios físicos regulares, técnicas de relaxamento, como meditação e respiração profunda, impor limites quando necessário e buscar apoio emocional podem ajudar a reduzir os efeitos negativos do estresse sobre a saúde cardiovascular.
Em última análise, ao reconhecer o papel do estresse no aumento do risco de doenças cardiovasculares, podemos capacitar as pessoas a adotarem medidas proativas para proteger sua saúde cardiovascular e melhorar sua qualidade de vida. A chave está em encontrar um equilíbrio saudável entre as demandas da vida moderna e as necessidades do corpo e da mente.

Publicidade

Veja também