Plantas ao nosso redor

OPINIÃO - Hilton Fabrício Vítolo

Data 24/02/2022
Horário 04:30

Constantemente nos deparamos com uma incontável diversidade de plantas ao nosso redor, seja dentro de casas, nas ruas, praças e parques. Contudo, na correria dos dias, deixamos de percebê-las. Mesmo que as plantas estejam muito presentes em vários ramos da atividade humana, como por exemplo, na alimentação, no paisagismo, na produção de medicamentos e do biocombustível, há uma grande dificuldade das pessoas observarem e perceberem a importância delas para a manutenção da vida. 
A capacidade de olhar para as plantas ao seu redor e pensar criticamente sobre como elas desenvolvem e se adaptam ao ambiente ao longo do tempo, são habilidades científicas muito importantes. Neste contexto, as descobertas de grandes cientistas da história surgiram através da simples observação das plantas ao seu redor. Bom, além de toda a diversidade funcional e estrutural das plantas, não poderia deixar de ressaltar o quanto elas têm a nos ensinar, propiciando ótimos aprendizados ao enfrentar os desafios desta vida.
Para uma breve reflexão, vamos considerar as plantas com flores, que naturalmente passam por um ciclo de vida, desde uma semente que contém informações genéticas e nutrientes a uma planta adulta, que se desenvolve a partir de recursos (açúcares) provenientes da fotossíntese. Próximo ao término de uma estação de crescimento ou ao fim de sua vida, ela produzirá muitas flores, sendo o principal objetivo atrair o agente polinizador, para garantir a propagação da espécie pela polinização (transferência do grão de pólen da parte masculina para a parte feminina da flor). Dependendo da espécie vegetal, a polinização pode ser realizada através de insetos (entomofilia), aves (ornitofilia), vento (anemofilia) e outros. Após a polinização e fecundação da flor (em angiospermas), culminará na produção de sementes envoltas em um fruto, dando sequência ao ciclo de vida da planta.
Em nossa região, é muito comum observarmos na arborização urbana o uso de diferentes espécies de ipês. Além dos fatores endógenos da planta, a floração dos ipês é influenciada pelo clima, apresentando o pico entre os meses de junho e setembro, época caracterizada pela estação seca (inverno), estendendo-se até o início da primavera. Durante sua floração, os ipês perdem as folhas (caducifólias), sendo, portanto, uma importante estratégia de sobrevivência principalmente no que tange a economia de energia e água, pela redução significativa da transpiração foliar.
Nesses processos verificamos que tudo tem o seu tempo determinado, como proclama o autor de Eclesiastes (3.1), “...e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. As circunstâncias nunca permanecem as mesmas por muito tempo e para cada momento são tempos de aprendizagem, bem como a capacidade das plantas se ajustarem ao ambiente em que estão inseridas, mesmo em condições desfavoráveis. 
Sim! Aprecie as flores, mas valorize o processo, pois Deus está forjando o seu caráter.
 

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