Região alimenta Banco Nacional de Perfis Genéticos

Medida teve início em Lucélia e contribui com a celeridade na resolução dos delitos, auxílio nas investigações e protege as pessoas inocentes que são sentenciadas erroneamente

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 25/09/2019
Horário 04:00
José Reis - Renata: “Processo é feito com extremo cuidado para não contaminar o material”
José Reis - Renata: “Processo é feito com extremo cuidado para não contaminar o material”

A região de Presidente Prudente, desde o início de julho, tem contribuído para a alimentação de um sistema, denominado de Banco Nacional de Perfis Genéticos, e que objetiva, principalmente, o combate à violência ao ligar crimes e seus respectivos autores. Na região, a iniciativa tem como foco os crimes sexuais e iniciou com a coleta de 990 materiais genéticos na Penitenciária de Lucélia, desde o começo das atividades, sendo que a meta é chegar a algo em torno de 2,5 mil, quantidade aproximada de presos do local. “Além disso, a medida contribui com a celeridade na resolução dos delitos, auxílio nas investigações e protege as pessoas inocentes que são sentenciadas erroneamente”, comenta sobre as vantagens do banco de dados, a diretora do Núcleo de Perícias Criminalísticas, Ivana de Conti Medina Quiles.

Conforme a profissional, a medida foi inserida na legislação em 2012 para a coleta, por exemplo, em casos de crimes como os hediondos, mas que, por motivos financeiros, contou com a implantação no Estado de São Paulo apenas em outubro de 2018. “Ainda sobre os seus benefícios, está o uso de uma prova técnica e que se torna irrefutável pela compatibilidade dos materiais genéticos do suspeito com aqueles encontrados, por exemplo, na cena de um crime”, salienta.

Em Lucélia, as visitas ocorrem a cada 15 dias e, em cada uma delas, as equipes coletam algo em torno de 280 perfis genéticos. Para isso, de acordo com Ivana, os peritos passaram por treinamentos prévios e que contribuirão, inclusive, para a expansão do projeto no próximo ano. “A ideia é partir para os crimes como homicídios e sequestros, e isso acabará englobando outras cidades e presídios da região. Teremos bastante trabalho, já que nossa população carcerária gira em torno de 30 mil pessoas”.

Renata Rumi Ishiki é uma das peritas envolvidas. Ela afirma que o processo se caracteriza pela busca individual, quando o material é recolhido a partir da saliva de cada detento. “O processo conta com todo o cuidado com a questão de contaminação e mantendo a cadeia de custódia. A extração e identificação do material ocorrem na capital paulista, quando os indivíduos recebem um código e não um registro através de suas informações pessoais”, ressalta.

Conforme o Estado de São Paulo, para a captação destes perfis genéticos são distribuídos kits compostos por par de luvas nitrílicas, suporte para amostragem, envelope para acondicionamento, etiquetas numéricas providas de código de barras e selo para lacre de amostragem.

Saiba mais

Conforme o governo estadual, São Paulo ultrapassou a meta estabelecida pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, para a inserção de materiais no Banco Nacional de Perfis Genéticos. Da meta de 2 mil coletas, o Estado fez 2,2 mil em 2018 e das mil inserções esperadas no banco de dados, São Paulo registrou 1.099.

Serviço

O Instituto de Criminalística de Presidente Prudente atende em novo endereço: Rua Bertioga, 65 – Vila Santa Helena, desde a segunda quinzena de agosto.

Publicidade

Veja também