"Vidas Corridas" — e a vida que corre em mim

SINOMAR CALMONA

Crônica de Sinomar Calmona

COLUNA - Sinomar

Data 25/11/2025
Horário 05:45
Maratona no Deserto do Saara: tudo começou há 25 anos com uma caminhada no Parque do Povo
Maratona no Deserto do Saara: tudo começou há 25 anos com uma caminhada no Parque do Povo

Vou lançar meu livro no dia 2 de dezembro, às 19h30, na Casa do Médico, e confesso: nunca imaginei que minhas passadas — às vezes apressadas, às vezes trôpegas — virariam páginas.
“Vidas Corridas” nasceu sem pretensão de ser livro. Nasceu de um desejo súbito, talvez urgente, de organizar tudo aquilo que as maratonas me ensinaram sobre viver.
Não escrevi para ensinar ninguém a correr. Escrevi para lembrar a mim mesmo por que comecei.
Por mais estranho que pareça vindo de alguém que resolveu correr 12 maratonas em um único ano, este não é um livro sobre corrida.
É sobre propósito, disciplina e constância — três palavras que me acompanham como companheiras invisíveis em cada treino.
Aprendi cedo que o importante não são os 42 km, mas o movimento.
A caminhada de 15 minutos.
A respiração que volta a caber no peito depois de um dia difícil.
A decisão de seguir em frente, mesmo quando a vida dói mais que uma subida da Muralha da China.

Do Parque do Povo ao mundo
Eu comecei sedentário em busca da redenção atraves do movimento da simples caminhada..
Depois, me vi correndo aos trancos no Parque do Povo, caminhando mais do que correndo.
A primeira corrida foi em 2000, a Corrida da Longevidade Bradesco — e ali percebi que a corrida mexe com o corpo, sim, mas mexe ainda mais com a alma.
Com a orientação do professor Eliseu Sena, entendi que evolução não tem atalhos.
Demorei anos para encarar uma meia maratona - a primeria foi a do Rio, em 2009..
Mais tempo ainda para a primeira de 42 km - só em 2015.
E, mais tarde, quando dei por mim, estava correndo no Atacama, no Deserto do Saara e na Muralha da China, me perguntando como um simples trote no Parque do Povo tinha me levado tão longe.

12 maratonas em um ano — e a pergunta que não quer calar
Por que alguém faria isso?
A resposta está logo no início do livro:
“Correr 12 maratonas em um ano não foi sobre tempo ou pódios, mas sobre constância. Disciplina é o que transforma loucura em conquista.”
Não foi um projeto esportivo. Foi um projeto emocional.
Queria provar algo para mim: que eu podia ser maior que minhas limitações.
E fui descobrindo isso quilômetro após quilômetro, queda após queda, recuperação após recuperação.

A vida, essa maratona que não avisa quando começa
Sempre fui inquieto — jornal, rádio, faculdade, reporter policial, reporter esportitvo, cobertura de eventos…
Tudo ao mesmo tempo, e quase sem dormir.
A corrida me trouxe mais do que saúde: trouxe equilíbrio.
Aprendi a respirar.
A respeitar o corpo.
A entender que até a pressa precisa de descanso.
Correr se tornou meu manual prático de humanidade.

Por que escrevi “Vidas Corridas”
Porque percebi que cada prova me ensinou algo.
Cada largada escondia um renascimento.
Cada chegada me mostrava um pedacinho de mim mesmo que eu ainda não conhecia.
Escrevi para registrar memórias.
Para agradecer pessoas.
Para dividir aprendizados.
E, quem sabe, para inspirar alguém a dar o primeiro passo — mesmo que seja pequeno, tímido, curto.
O importante é começar.

Reflexão: do movimento nasce a transformação
As maratonas não me fizeram atleta de elite.
Mas me fizeram mais paciente, mais resistente, mais confiante.
Hoje entendo que o verdadeiro pódio não é o arco de chegada: é perceber que você se tornou alguém melhor no caminho.
Se um dia precisei de incentivo para começar, agora quero ser essa voz para quem ainda está parado na linha de largada da própria vida.
E se há algo que aprendi, é isso:
A vitória está no movimento.
A conquista está na constância.
E a vida sempre começa no primeiro passo.
Nos vemos no lançamento, 02/12/25, às 19h30, na Casa do Médico (evento aberto ao publico).


 

Publicidade

Veja também