2ª Dise intensifica combate ao tráfico de drogas

Flagrantes resultam do trabalho investigativo realizado em Presidente Prudente; de janeiro a março, especializada solicitou 11 prisões temporárias e 75 preventivas

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 06/06/2021
Horário 16:02
Foto: Roberto Kawasaki
Polícia Civil realiza monitoramento em bairros onde tráfico é intenso
Polícia Civil realiza monitoramento em bairros onde tráfico é intenso

O comércio de drogas, em Presidente Prudente, tem sido alvo constante de ações desenvolvidas pela 2ª Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), vinculada à Deic-8 (Divisão Especializada de Investigações Criminais). Somente no primeiro trimestre deste ano, a delegacia especializada solicitou 58 mandados de busca e apreensão em diversos endereços, que entraram na mira dos investigadores durante apurações por suspeitas de tráfico de drogas.

Muitos dos alvos chegaram ao conhecimento por meio de denúncias anônimas, principalmente por pessoas que se sentem incomodadas com ações de traficantes. Em um dos bairros, que fica na zona norte da cidade, ações da Polícia Civil ocorrem com bastante frequência.

“O tráfico de drogas é fruto de reiteradas denúncias, e essa rua [nome preservado pela reportagem] se tornou conhecida não só pelos traficantes, mas pelos usuários que se aproximam e facilmente conseguem adquirir droga”, afirma a delegada Adriana Ribeiro Pavarina Franco. A situação é tão comum no local, que quando os possíveis clientes chegam, logo são identificados por olheiros que possibilitam a pronta e rápida venda.

“Isso perturba demais a tranquilidade. Em razão da intensidade dessas denúncias, nós intensificamos as ações de Polícia Judiciária para minimizar e tentar combater o tráfico daquela rua”, explica Pavarina. De acordo com a delegada, em cada bairro existe um líder dominante e, no decorrer das investigações, os principais membros acabam sendo presos. Porém, há situações em que outros assumem o comércio local.

“O trabalho de investigação prossegue, com a apreensão de objetos. E com o avanço, conseguimos identificar outros associados e também realizar o monitoramento”, afirma. “Isso [a venda de drogas] é uma constante, mas tem que ser também uma constante da polícia continuar o monitoramento do local, fazer com que a paz social seja restabelecida e que minimize o tráfico de drogas”.


Roberto Kawasaki - Adriana Ribeiro Pavarina Franco, delegada de Polícia Civil

O caminho das drogas

Maconha e crack são os tipos de drogas mais comuns de serem apreendidos na cidade. Pelo fato de geograficamente a região estar na “rota do tráfico”, boa parte entra pelo Estado do Mato Grosso do Sul, com origem em países vizinhos, como o Paraguai (maconha), Peru e Bolívia (crack, cocaína). As apreensões ocorrem em rodovias e estradas vicinais - drogas ocultas em veículos e bagagens.

Conforme a delegada, após flagrantes, o trabalho prossegue para identificar os fornecedores desses traficantes locais, que estão na parte de baixo da hierarquia.

“Muitas vezes, recebem ou compram de forma autônoma de um distribuidor para sua revenda. Mas, nem sempre a gente consegue identificar que esse vendedor desse bairro está vinculado a alguma organização criminosa internacional, ou, que simplesmente ele compra para exercer o tráfico autônomo, sem vínculo associativo com fornecedor”, expõe.


Roberto Kawasaki - Após flagrantes, trabalho prossegue para identificar os fornecedores de drogas

Em busca de alternativas

Atualmente, os traficantes estão buscando alternativas para não serem presos. Uma delas é a parceria com pessoas que ficam responsáveis pelo armazenamento da droga. “É algo que rotineiramente a gente observa. Ele é preso, e quando egresso do sistema penitenciário, volta para a prática do tráfico. Mas, para minimizar os riscos de nova prisão, se vale de terceiros para ocultar a droga, dispersar a atenção policial e, para que em caso de uma abordagem, nada seja localizado em seu poder”, explica Pavarina. “Às vezes, eles sequer colocam as mãos na droga, apenas coordenam”.

Os alvos usados são usuários, sem antecedentes criminais, que em troca de uma pequena ou grande porção para sustentar o vício, se submetem ao “serviço”. Situação semelhante ocorreu no final de abril, quando a Dise prendeu um casal e dois ajudantes em bairros próximos. “Nessa região, onde a investigação se intensificou, é muito propício a ocultação, porque a posição geográfica do bairro é cercada por matas e córregos, e muitas dessas casas, os muros e as divisórias são de cerca, que dão acesso a matas e barrancos”, observa. “Com a chegada da polícia, identificada pelos olheiros, o alvo principal consegue dar fuga pelos fundos e acessar uma avenida de tráfego intenso, o que dificulta e minimiza as chances de prisão”. 

Polícia Civil em números

Apesar da frequência com que o ocorre a mercância das drogas, a Polícia Civil não para e a cada denúncia que surge, as investigações se aprofundam para colocar fim no comércio de ilícitos. De janeiro a março, a Dise apreendeu 183,6 kg de drogas; lavrou 13 autos de prisão em flagrante; cinco de apreensão de adolescentes; solicitou 11 prisões temporárias e 75 prisões preventivas; e solicitou 58 mandados de busca e apreensão.

SAIBA MAIS
Denúncias podem ser feitas pelo 197 ou 181, além do telefone 3221-9700 e pessoalmente na 2ª Dise, que fica na Rua Da Alfândega, 78 - Vila Santa Helena. O anonimato e a segurança do denunciante são absolutamente garantidos.

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