Na rua íngreme do bairro, o asfalto vira palco de aventura. Lá estão eles - meninos, meninas, jovens e até adultos que não desistiram da infância -, todos reunidos em torno de um carrinho de madeira gasto pelo tempo, mas firme como um companheiro leal de aventuras. Quem nunca desceu uma ladeira com carrinho de rolimã, vai ter a oportunidade na 21ª Descida de Carrinho de Rolimã, que será realizada no dia 27 deste mês, a partir das 16h, com encerramento às 20h, com praça de alimentação. O evento será realizado no entorno do Estádio Paulo Constantino, Prudentão.
Segundo Luis Eduardo Gonçalves (Capilé), fundador do Moto Clube 100 Fronteiras, organizador do evento, a descida seria realizada neste sábado (21), mas por conta do jogo do Grêmio Prudente contra o Primavera, pela Copa Paulista, foi transferido. “Ninguém precisa fazer inscrição, é só chegar e se divertir. Temos carrinhos comunitários para quem não possui, só lembrando que a pessoa desce e depois cede o carrinho para outros usarem”.
Já são 21 edições e, segundo Luis, na última teve um giro de 4 mil pessoas. “Esse é o 12º ano que fazemos, houve um ano em que tiveram quatro descidas em datas como Dia dos Pais, Dia das Crianças, Natal, mas estava ficando bastante oneroso, pois dependemos de patrocínio e logística, então decidimos fazer no mês de aniversário de Prudente, e agora fazemos parte das festividades do mês”.
Luis explica que o período fica aberto para subir e descer, quantas vezes a pessoa quiser. “Fica a critério de cada um, das condições físicas de cada um [risos]. Lembrando que sempre fazemos uma descida coletiva para mostrar a dimensão do evento, a última contamos 88 carrinhos, fora os que não participaram dessa descida”.
Para Luis, o evento é importante, pois leva o nome de Prudente para outras cidades e até outros Estados. “Chamamos de ‘Cultura Rolimã’, pois se trata de resgatar as brincadeiras da nossa época e tirar um pouco da atenção das crianças das redes sociais e ter atividades físicas divertidas”.
As pessoas que descem de carrinho de rolimã carregam mais do que a vontade de brincar. Carregam lembranças de quando a rua era território da infância. Para alguns é nostalgia, para outros é descoberta. Mas, o que todos compartilham é a sensação de que por alguns segundos, o tempo desacelera lá em cima da ladeira. E quando o carrinho para, sempre tem risos e comentários sobre a melhor manobra, pequenos e grandes arranhões. Daí é só preparar a próxima descida, porque para quem vive essa experiência, a vida sempre pede mais uma corrida, mais um vento no rosto.