59,2% das cidades têm escolaridade acima da média

PRUDENTE - Mariane Gaspareto

Data 26/06/2015
Horário 10:00
 

Trinta e dois municípios regionais - 59,2% do total – tiveram sua pontuação (55) em escolaridade no IPRS (Índice Paulista de Responsabilidade Social), referente ao ano de 2012, maior do que a média estadual (52). No entanto, apesar do desempenho superior ao Estado pela maioria das cidades, a 10ª RA (Região Administrativa do Estado) figura como a 6ª pior no ranking em relação à escolaridade.

O IPRS, elaborado pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), compõe-se de três indicadores sintéticos setoriais (renda, escolaridade e longevidade), em uma escala que vai de 0 a 100, permitindo a ordenação dos 645 municípios do Estado. A dimensão da escolaridade é composta a partir da taxa de atendimento escolar na faixa de 4 a 5 anos;  pelo desempenho dos alunos na Prova Brasil; e pela taxa de distorção idade-série no ensino médio.

Entre 2010 e 2012, houve incremento no indicador de escolaridade na região, que foi de 52, em 2010, para 55 pontos, em 2012. Conforme o estudo, a maioria dos municípios (30) apresentou crescimento na escolaridade, com destaque para Sagres, Presidente Bernardes e Caiuá, que, apesar da baixa magnitude populacional, registraram aumento de mais de 15 pontos. Os municípios de Estrela do Norte, Tupi Paulista e Presidente Venceslau tiveram a maior pontuação (todos com 66 pontos), e Marabá Paulista, com 37, apresentou o menor indicador em escolaridade.

Euclides da Cunha Paulista (45) é uma das cidades que ficaram com pontuação abaixo da média estadual, na região. Para a prefeita Camila Teodoro Nicácio de Lima (PR), apesar do baixo índice em 2012, a escolaridade recebeu investimentos a partir de 2013, o que pode ter viabilizado um aprimoramento nesta dimensão. "Nós introduzimos o Sistema Anglo de Ensino, investimos na merenda e no transporte escolar, trazendo melhor qualidade e incentivo aos alunos, e temos novas creches em construção", enumera.

O sociólogo e educador Luiz Antônio Sobreiro Cabreira esclarece que o nível de escolaridade é influenciado por várias instituições, como a família e a escola, bem como outros elementos sociais. "Existem ainda fatores secundários que também atuam nesse panorama, como o mercado de trabalho que influencia no poder aquisitivo dos moradores", afirma. Conforme o sociólogo, uma sociedade com maior poder aquisitivo tem mais condições de permitir às suas famílias uma escolaridade de qualidade, teoricamente. "Tem ficado visível que o município com renda maior, condições de estabilidade quanto aos postos de trabalho, tende a ter um maior nível de escolaridade, mas tudo depende de como a questão pública faz investimentos", considera.

 

Riqueza


Já no indicador de riqueza, a região foi a 3ª pior no ranking do Estado, com 35 pontos, atrás de Marília (37).  O indicador é composto pelo consumo de energia por ligação residencial, na agricultura, no comércio e nos serviços por ligação; valor adicionado fiscal per capita e remuneração média dos empregados. Conforme o IPRS, essa grande defasagem resulta da presença de municípios muito pobres, com pontuação que se aproxima à metade do valor da média estadual (46) – como Nova Guataporanga (23), Santo Expedito (25) e Pracinha (25) –, e também de indicadores de riqueza abaixo da média estadual, mesmo entre os municípios mais bem posicionados, como Prudente (40), Sandovalina (40), Narandiba (39) e Rosana (39).

O prefeito de Santo Expedito, Ivandeci José Cabral (PSDB), salienta que a falta de empresas na cidade dificulta a geração de emprego e, consequentemente, um aumento na renda dos trabalhadores. "Somos um município com pouca arrecadação e o grande empregador da cidade é a prefeitura, que não paga tão bem quanto outras da região por ter uma receita menor". O sociólogo Luiz Cabreira, por sua vez, expõe ainda que a região de Prudente não é uma das mais ricas do Estado também devido à pouca oferta de emprego, em relação à demanda.
Publicidade

Veja também