85% das obras de encerramento do lixão são concluídas

Exposição dos trabalhos foi feita ontem pela Prefeitura, no distrito industrial; novo aterro será estudado pela próxima gestão

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 17/12/2016
Horário 09:35
 

A Prefeitura de Presidente Prudente promoveu, na manhã de ontem, no Distrito Industrial Antônio Crepaldi, a apresentação do processo de encerramento do aterro sanitário municipal. No entanto, de acordo com o diretor-presidente da Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento), Mateus Martins Godoi, isso não significa que as obras, orçadas em R$ 14 milhões, chegaram ao fim – 15% delas ainda requerem conclusão –, nem que os resíduos produzidos na cidade deixarão de ser destinados ao local. Segundo ele, a Prefeitura tem permissão para continuar as atividades no antigo lixão por mais um ano. Apesar disso, Mateus afirma que o trabalho feito já pode ser considerado um "desfecho de sucesso", tendo em vista que o projeto deveria ser executado de forma gradativa em um prazo de quatro anos e as equipes envolvidas conseguiram cumpri-lo em menos tempo.

Jornal O Imparcial Sistemas instalados impedem contaminação do meio ambiente

Presente no local, o prefeito eleito, Nelson Roberto Bugalho (PTB), reforçou para a reportagem que a disposição de resíduos no aterro deve continuar em vigor e a nova gestão realizará um estudo para saber se é mais compensatório construir um novo aterro sanitário municipal ou destinar o lixo para um aterro privado. "O que é um aspecto a ser considerado, levando em conta que diversos municípios do Estado de São Paulo dispõem seu lixo em aterros privados", expõe. O novo chefe do Executivo e também ex-promotor de Meio Ambiente salientou ainda a satisfação de ver a cidade estabelecer um aterro sanitário reformulado e controlado, graças a um acordo financeiro com os Ministérios Públicos Estadual e Federal. "A transformação de um lixão em aterro sanitário é um processo difícil, mas, após quase 100 anos de história, Prudente finalmente é capaz de fazer o depósito de resíduos de forma ambientalmente adequada", analisa.

 

Benefícios


Conforme o projetista do encerramento do aterro e consultor da Cetesb (Companhia Ambiental do Meio Ambiente do Estado de São Paulo), Luis Sergio Akira Kaimoto, este é um dos "melhores projetos realizados no Estado de São Paulo", quando comparados com os mais de 30 por ele presenciados, e traz uma gama de contribuições para a sociedade e, sobretudo, ao meio ambiente. "Antes, o lixo ficava a céu aberto, o que favorecia a emissão de gases e odores e tornava-se fonte de alimento ou proliferação de moscas, ratos, baratas e aves. Com a confinação dos resíduos, o lixo fica em ambiente anaeróbico, ou seja, sem ar, e a população nem sente mais o mau cheiro", salienta.

Segundo Luis, as obras também contemplaram a construção de um sistema de drenagem para coleta de chorume e biogases gerados no processo de decomposição. "O chorume é drenado e enviado para tratamento na Sabesp , ao passo que o biogás é queimado na superfície", explica. Ele aponta ainda a instalação do sistema de drenagem de água superficial, o qual impede que a água das chuvas se infiltre no lixo e se torne um foco de contaminação. "Agora, a água cai em canaletas, que a direcionam para o córrego, sem qualquer prejuízo aos recursos hídricos", esclarece.

 
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