A cada 10 MEIs, 5 fecham as portas, aponta Sebrae

- THIAGO MORELLO

Data 15/09/2018
Horário 04:03
Arquivo - Cavalcante aponta necessidade de verificar viabilidade para negócio
Arquivo - Cavalcante aponta necessidade de verificar viabilidade para negócio

Empregadorismo é o termo utilizado para denominar o empreendedor que, na verdade, opta pela abertura de um negócio a fim de gerar uma ocupação para si e não propriamente empreender. Para o gerente regional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), José Carlos Cavalcante, esse é um do erros que fomentam para que “a cada dez MEIs [microempreendedores individuais], cinco fechem as portas” logo nos primeiros anos de trabalho.

Cavalcante atrela a isso à inadimplência gerada como produto final, que também é a causa decisiva para que a oclusão ocorra.  Aliás, em fevereiro deste ano houve uma queda na quantidade ativa desse público específico, os MEIs, porque a Receita Federal cancelou mais de um milhão de CNPJs (Cadastros Nacionais de Pessoa Jurídica) inadimplentes. Em Presidente Prudente, por exemplo, comparado a janeiro, o número foi de 9.278 para 8.132, conforme os dados do Portal do Empreendedor.

E as causas da descontinuidade de um negócio, independente da categoria, são justificadas por três fatores, de acordo com Cavalcante. “A falta de um perfil empreendedor desenvolvido, no qual a pessoa vai pela necessidade e começa sem a totalidade de recursos necessária e ainda preso à cultura do empregado; ausência de planejamento prévio, uma vez que dedica pouco tempo para planejar, pois quer gerar renda rápido; e má gestão, pois após começar, não tem o preparo adequado para gerenciar a empresa, não tem noção de gestão de pessoas, parceiros, e etc.”, explica.

Ou seja, qualquer negócio precisa de um estudo técnico antecipado para que ele vingue. Mais especificamente, o gerente regional lista que é essencial verificar a viabilidade jurídica, mercadológica, operacional e financeira. “Ao não fazer isso, a tendência de ficar pelo caminho é maior”, pontua. O especialista entende que o tempo hábil para conseguir verificar tudo isso vai de seis meses a um ano. Menos que isso, ele corre o risco de entrar para a estatística dos empreendedores que em menos de dois anos já fecharam as portas. “Esse público é o maior, infelizmente. Antes, a situação era mais difícil ainda. Hoje caiu, mas ainda é alto”, pontua.

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