A violência contra a mulher é uma ferida aberta na sociedade brasileira, uma chaga que, infelizmente, não respeita tamanho de cidade, classe social ou qualquer outra barreira imaginada. Prova disso é o triste episódio ocorrido neste fim de semana em Piquerobi, município de pouco mais de 3 mil habitantes, onde uma jovem grávida de seis meses foi brutalmente agredida pelo próprio companheiro.
Segundo a vítima, o agressor, de 25 anos, chegou em casa alterado, quebrou móveis, afiou uma faca e declarou, sem pudores, que ceifaria a vida da mulher e, com ela, a de seu filho ainda não nascido. Um cenário de terror que, por sorte, não terminou em tragédia maior, graças à intervenção rápida da Polícia Militar. O homem foi preso, mas a violência já havia deixado suas marcas mais profundas.
O caso de Piquerobi é um triste lembrete: a violência doméstica não é um problema dos grandes centros, tampouco um assunto distante. Ela está nas ruas estreitas das pequenas cidades, nos bairros silenciosos, nas casas vizinhas. Ela acontece, muitas vezes, de portas fechadas, amparada pelo medo, pelo silêncio e pela cultura machista ainda enraizada.
É urgente reforçar que denunciar salva vidas. É preciso quebrar o ciclo da violência, apoiar as vítimas e responsabilizar com rigor os agressores. Políticas públicas efetivas, redes de apoio acolhedoras e, acima de tudo, uma mudança cultural profunda são indispensáveis para que tragédias como essa parem de se repetir.
O que aconteceu em Piquerobi poderia ter acontecido em qualquer lugar. E é exatamente por isso que deve comover, indignar e mobilizar a todos. Nenhuma mulher deveria viver com medo, em cidade grande, pequena ou em qualquer lugar.