Pode-se dizer nesse artigo que as reformas religiosas do século XVI bem como o movimento renascentista na cultura, pensamento e arte foram resultados do movimento humanista que caracterizou a transição de uma época tipicamente medieval, para o aparecimento de um tempo denominado moderno.
Os presbiterianos surgem como um movimento protestante (Genebra/Escócia), logo depois dos luteranos (Alemanha), acreditando com muita intensidade no sacerdócio universal dos crentes, ou seja: cada cristão é chamado por Deus para exercer bem a sua cidadania por meio daquilo que realiza como ser humano e profissional (relação econômica), na execução com esmero do seu trabalho. O homem e a mulher são considerados primordiais na criação divina e devem exercer todas as suas atividades para a glória de Deus e o serviço do próximo no firme intuito de dar continuidade ao que Cristo apenas começou: o Reino de Deus no mundo.
Dessa forma pode-se entender, ainda que minimamente, o pensamento e prática calvinistas/presbiterianas que, baseando-se no conceito teológico da soberania de Deus, obedece ao Seu chamado/vocação para o exercício efetivo do que é denominado como o mandato divino sociocultural, abaixo reproduzido.
O ser humano é partícipe com Deus da criação que é realizada ao longo da cidadania e construção delegada do trabalho, bênção de Deus. Chama-se a esse aspecto essencial do presbiterianismo de procriação que resulta em cuidados e zelo para com a natureza, vida orgânica e familiar e, sobretudo, a educação que permite às gerações se sucederem com êxito, mesmo que em meio às lutas e agruras da vida.
Outro aspecto fundamental em toda a cosmovisão calvinista diz respeito à conquista da natureza. Sobre isso há muito o que comentar e debater ainda, mas fica a certeza de que conquistar não é dominar desenfreada e maldosamente a ordem/mundo da criação. Mas, apoio à pesquisa e desenvolvimento tecnológico são formas de dar glórias a Deus e meios de minimizar as necessidades humanas e socializá-las para o bem de todas as nações espalhadas na Terra.
Importante pontuar ainda que, a respeito da alimentação interpretada dos textos bíblicos para o mandato cultural (Gênesis), propõe os presbiterianos que todos os seres humanos tenham o que comer e que a fome é pecado/transgressão a Deus e precisa ser extinta de todos e quaisquer povos, pois Deus criou o mundo/jardim para suprir todas as necessidades básicas do ser humano, tais como: saúde, alimentação, trabalho, habitação entre outras.
Para encerrar essa importante cosmovisão presbiteriana ou mandato sociocultural calvinista, não se prescinde de que todo trabalhador faz jus ao seu descanso (sábado), preservados também todos os seus direitos. Toda a sociedade deve ser chamada à promoção do trabalho e do descanso digno para todos, até mesmo para os animais e à terra cultivada, ordens divinas.
Todo o presbiterianismo trabalha por justiça nas relações humanas e ora a Deus, cotidianamente, para que o resultado seja a paz em todo o mundo chamado civilizado e cristão. Com humildade, respeito e tolerância a todas as religiões do país.
