Abacaxi

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista que não abrirá escritório de negócios em Jerusalém para não ficar na mira da ira de 1,5 bilhão de muçulmanos

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 26/09/2020
Horário 05:30

Depois de quase dois anos no cargo, o Bolsonaro não diz mais que a Presidência da República é um abacaxi, como afirmou não faz muito tempo. Vai ver o presidente tomou gosto pelo poder e, pensando bem, quem não tomaria? 
Mas 2022 não está tão distante e, assim, o povo que tome providências para eleger na próxima eleição um sujeito que seja do ramo, no caso, um produtor de abacaxi. "Resolvido", diria a Ellen Rocche, aquela loira mais gostosa do que morango com chantilly (esclareço que isso é elogio e não assédio).
Se até o fim do mandato, que pode ser "renovado" se o Mito for reeleito, o Bolsonaro, se tiver uma "recaída", que compre uma boa faca e trate de descascar o abacaxi com jeito e elegância, como manda o figurino ou o protocolo. 
Se tiver dificuldade para manusear a arma branca (arma de bala ele manuseia melhor), o bom senso recomenda que o presidente chame um desossador de um frigorífico da JBS. Ou convoque o Guedes, mais conhecido pelo incômodo apelido de Tchutchuca, muy amigo dos aposentados e de quem conseguir se aposentar.
Presumo que qualquer brasileiro se sentiria honrado por ocupar o cargo de presidente, mas o Bolsonaro, às vezes, parece estar desconfortável na função, dando pinta de que pisa em ovos de dinossauros. Ou estaria na corda bamba?
"A Presidência é um abacaxi", disse o Mito, talvez por perceber que o buraco é mais em cima e não mais embaixo. Perfeitamente natural o desabafo de Sua Excelência. Afinal, não deve ser tarefa fácil ser o presidente da República Federativa da Confusão, quer dizer, República Federativa do Brasil, onde, por sinal, o republicanismo está em baixa.
Além dessa metáfora do abacaxi, o presidente lançou mão - e talvez até o pé - de outra linguagem figurada, afirmando que está "apenas tocando o barco".
Tocando o barco? Ué, não sabia que ele também é timoneiro. Acho que faz sentido tal metáfora até porque um general pra lá de "estrelado" já havia alertado que o Brasil é um navio à deriva. Resta saber se o timoneiro colocará o navio no prumo.
Se a porca torcer a cauda, Bolsonaro pode contar com a ajuda da Marinha, que manja um bocado de embarcações em geral, de canoa a porta-aviões. Ninguém melhor do que a Marinha para ajudar a colocar o transatlântico Brasil no prumo e no rumo certo, navegando em mares calmos (mares calmos devem ter calmante).
Enfim, para o bem do Brasil, a nossa pátria armada, são estas as sugestões de O Espadachim para que as coisas melhorem pelo menos um pouquinho neste país. Caso contrário, tudo - ou quase tudo - pode resultar num tremendo abacaxixi.

DROPS

Filme da semana na Venezuela: "O agente da CIA", estrelando Juan Guaidó e grande elenco.

Está tudo certo com 6 mais 6 são 13.

O casamento é uma gaiola onde o alpiste nem sempre é de boa qualidade.

Era um meteorologista tão eficiente que previa tempestade até em copo d'água.
 

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