Ação em 5 bairros da zona leste encerra campanha contra Aedes

Mutirão foi realizado na manhã de ontem, com os objetivos de orientar a população e eliminar possíveis focos do mosquito da dengue; 40 agentes da VEM trabalharam no combate

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 25/02/2018
Horário 14:05
José Reis, Agente da Vigilância Municipal orienta moradora sobre os riscos que o Aedes aegypti dengue pode trazer para a saúde
José Reis, Agente da Vigilância Municipal orienta moradora sobre os riscos que o Aedes aegypti dengue pode trazer para a saúde

Na manhã de ontem, os agentes de combate à endemia da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) realizaram visitas a domicílios em cinco bairros da zona leste de Presidente Prudente, para alertar as pessoas sobre os riscos do mosquito da dengue. Os lares visitados pertencem à área 4 da cidade, que apresenta maior risco de contágio. O mutirão de limpeza faz parte da campanha “Na luta contra o mosquito, todos somos soldados”, que teve início no dia 5 de fevereiro e terminou ontem. De acordo com a VEM, 40 agentes trabalharam no combate e 20 caminhões coletaram os entulhos na cidade.

Como noticiado por este diário, uma pesquisa realizada pela Vigilância Epidemiológica em 5.210 imóveis em Prudente constatou que o IB (Índice Breteau) chegou a 8,5, o que colocou o município em risco de surto de dengue. Para Jairo Benevuto, coordenador de planejamento de saúde da VEM, devido ao elevado número na área 4, no sábado as ações da vigilância foram reforçadas nos bairros Jardim Santana, Jardim Planalto, Jardim Nova Planaltina, Jardim Brasília e Vila Rotária.

Apesar de não terem sido constatados casos de dengue nesses locais, Jairo acredita que a situação pode mudar “se a população não colaborar com o descarte correto dos entulhos em suas casas”. Contudo, ele critica a ação dos moradores que não descartam os lixos corretamente e afirma que “em nossa presença fazem tudo o que pedimos”, mas o acúmulo de materiais “é intenso”.

Para o agende de combate a endemias, Julio Luis de Carvalho Filho, 52 anos, após uma epidemia de dengue na cidade em 2006, “os prudentinos ficaram mais atentos”. Ele lamenta que alguns moradores ainda tenham dificuldades para compreender a importância em eliminar possíveis focos do Aedes aegypti e acredita que isso pode mudar. Colaborador no combate à dengue há nove anos, ele conta que sempre que encontra garrafas procura virá-las de cabeça para baixo para evitar acúmulo de água.

 

Moradores conscientes

Ciente do compromisso que tem para evitar o acúmulo de entulhos na residência, a dona de casa Rosângela Ricci da Silva, 53 anos, conta que deixa tudo organizado para não correr o risco de ser contaminada pela dengue. “Eu sei que os agentes passam a cada três meses, então evito deixar focos de mosquito no quintal”, explica. Entretanto, Rosângela afirma que tem o costume de denunciar os vizinhos que não cuidam do descarte dos lixos porque “põe a minha vida em risco”. Além disso, a dona de casa ajuda na limpeza no quintal da mãe, a aposentada Elídia Leal Ricci, 77 anos. Apesar dos problemas que tem no joelho, dona Elídia comenta que procura deixar o quintal sempre limpo para “evitar a dengue”.

Há dois anos, a dona de casa Solange Lúcio de Araújo, 53 anos, acompanhou os últimos dias de vida de dois amigos que contraíram o vírus da dengue. Ela afirma que tem “muito medo” de ficar doente, mas que tem “a consciência tranquila” quanto à eliminação de focos do Aedes.

Uma maneira encontrada para evitar o acúmulo de materiais desnecessários é a separação dos recicláveis. Para a auxiliar biscoiteira Maria Célia Soares Oliveira, 49 anos, a alternativa surgiu após casos de dengue na família. “Eu passei a me preocupar mais com a prevenção”, finaliza.

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