Acusados de tentar matar fazendeiro durante emboscada em Iepê vão a júri popular

Viúva da vítima, Elisângela Paião, e suspeito de envolvimento no caso, Fabrício Severino Gomes Merilis, seguem presos; Airton Braz Paião chegou a sobreviver, mas foi assassinado em hospital

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 21/08/2023
Horário 14:45
Foto: Arquivo
Elisângela Silva Paião, viúva da vítima, é uma das acusadas de envolvimento na emboscada
Elisângela Silva Paião, viúva da vítima, é uma das acusadas de envolvimento na emboscada

A Justiça encaminhou para julgamento no Tribunal do Júri os réus Elisângela Silva Paião e Fabrício Severino Gomes Merilis, acusados de tentar matar o fazendeiro Airton Braz Paião durante uma emboscada em Iepê, no final de setembro do ano passado.

Na época, a vítima, de 54 anos, foi atingida com tiros e facada, sobreviveu, mas acabou morrendo depois que um policial militar entrou no quarto onde ele estava internado e o matou a tiros, se suicidando em seguida.

De acordo com nota enviada pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), Elisângela, que era esposa de Airton na época dos acontecimentos, e Fabrício Severino passaram por audiência de instrução na sexta-feira, sendo proferida a sentença de pronúncia, que é quando o juiz aceita as acusações feitas contra os acusados e encaminha o processo para julgamento no Tribunal do Júri.

"Com a publicação da decisão, será aberto prazo para recurso e, após o trânsito em julgado, será agendado o júri popular", informa.

Ainda segundo o Tribunal de Justiça, os acusados seguem presos.

Defesa de Fabrício

Em nota, o escritório Alves & Vanzella Advogado Associados, que representa o réu Fabrício Severino Gomes Merilis, informou que, "além de imediatamente impugnar a restrição da liberdade [manutenção de prisão preventiva] em cortes superiores, piamente ainda sustenta a ideologia formada desde o início, ora, a sua inocência, pois nada no processo demonstra a mínima participação dele na prática delituosa e, assim, buscará provar diante da sociedade".

"Pois como sustentamos e reafirmamos dentro do 'inter criminis', seu nome aparece uma única vez dentre as fases finais. E pensando-se na dignidade humana de nosso cliente, o qual compreendemos que está preso erroneamente, iremos abrir mão em concordância com a família da interposição do recurso em sentido estrito, nos moldes do artigo 581, inciso IV, do decreto-lei n° 3.689 de 1941, o qual serve para impugnar sentença de pronúncia [submissão do Tribunal do Júri] e aguardaremos o trânsito em julgado da sentença de pronúncia e posteriormente a produção de provas nos moldes do artigo 422, do decreto-lei n° 3.689 de 1941, para começarmos a sustentarmos a ideia defensiva de absolvição, nos termos do artigo 492, inciso II, alínea a do decreto-lei n° 3.689 de 1941", afirmaram os advogados Marcos Vinicius Alves da Silva e Laerte Henrique Vanzella Pereira.

"A defesa, perante o conselho de sentença, irá buscar provar a inocência do Sr. Fabrício Severino Gomes Merillis e a imediata liberdade", completaram.

A reportagem também tentou localizar a defesa de Elisângela, mas não obteve sucesso.

Emboscada e homicídio

Na ocasião da emboscada para tentar matar o fazendeiro, Airton Braz Paião foi atingido com quatro tiros e levou uma facada nas costas. Ele foi encaminhado à Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, onde passou por intervenção cirúrgica e sobreviveu.

Dias depois, o policial militar Marcos Francisco do Nascimento, de 30 anos, foi até a unidade hospitalar, entrou no quarto onde Airton estava internado, pediu para a irmã da vítima deixá-los a sós e matou o fazendeiro a tiros. Na sequência, Marcos suicidou-se com um disparo na cabeça.

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