Adesão à energia solar cresce no  verão, apontam profissionais do setor

Em algumas empresas do segmento, alta chega a 100% ao longo do período mais quente do ano; clientes relatam que estão satisfeitos com o investimento

PRUDENTE - CAIO GERVAZONI

Data 12/02/2022
Horário 04:05
Foto: Cedida
Clima quente do oeste paulista e alta luminosidade ao longo do ano favorecem uso da energia solar fotovoltaica
Clima quente do oeste paulista e alta luminosidade ao longo do ano favorecem uso da energia solar fotovoltaica

 É comum escutar no ditado popular de cidades quentes como Presidente Prudente: há dias em que existe um sol para cada habitante do município. Neste sentido, o clima “caliente” do oeste paulista e a alta luminosidade ao longo do ano favorece o uso da energia solar fotovoltaica. De acordo com profissionais do segmento, em Prudente, a adesão a esta tecnologia tem crescido nos últimos anos e, no verão, a demanda chega a aumentar de 40% a 100% em empresas do ramo. 
O fundador da Solar Power Photovoltaic, Douglas Andrade, indica que qualquer residência ou comércio pode ser abastecido com a energia solar se estiver conectado à rede da concessionária de energia. “A vantagem é que o sistema fotovoltaico on-grid é formado por equipamentos com a função de converter a energia solar em eletricidade e, por serem ligados à rede, também podem inseri-la diretamente na rede elétrica, transferindo o excesso de energia gerada para a distribuidora, economizando até 95% da conta de luz”, explica Douglas. Segundo ele, a economia é imediata após a troca do medidor efetuado pela companhia de luz. “Além da economia, o sistema é totalmente sustentável e ajuda muito os brasileiros a reverterem a crise da situação hídrica no país”. Em relação à adesão de novos consumidores, o fundador da Solar Power relata que o crescimento da demanda no verão é de até 40% em relação ao inverno.

Consumo no verão

Edney Aparecido de Camargo faz parte do quadro de proprietários da Tigre Solar e relata que o aumento da busca pela tecnologia no verão está associado ao maior consumo de eletrodomésticos, como o ar-condicionado, nesta época do ano. “Consumimos mais energia no verão e, nesta estação, o sistema gera mais energia também. O crescimento da demanda aumenta, porque o consumo de energia também aumenta”, conta. 
Para Diego Giorfi, diretor da Solarsis, empresa que está no mercado desde 2015, o calor do verão aumenta a procura pela instalação das placas solares em até 100%. “Cresce por causa do consumo excessivo do ‘vilão’ ar-condicionado, ou seja, com o maior consumo em kWh, maior será o valor da conta de energia no final do período”, explica. Ele expõe que a economia com a conta de luz é sentida no momento que se liga o sistema fotovoltaico, porém, este não é o único ganho. “A economia é instantânea. Outra vantagem é a fonte de energia, que é limpa, e consumida diretamente da geração e, com isso, ajuda a não sobrecarregar o sistema elétrico da concessionária, acaba aliviando e ajudando”. 
Já o sócio-proprietário da Placa Sol, Eliton Nascimento de Camargo, argumenta que, além da economia e da sustentabilidade, imóveis que possuem o sistema de energia solar estão mais valorizados no mercado imobiliário. “Como a economia chega a 95% na conta de energia, imóveis com o sistema instalado tem uma valorização de até 20% no mercado imobiliário”, relata.
Por fim, Eliton chama a atenção para o Marco Legal da Geração Distribuída, sancionado no início do mês pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que prevê a taxação da energia solar aos que adquirem a tecnologia a partir de 2023. “No verão, a demanda cresce bastante. Porém, neste ano, com a lei da energia solar, vamos dizer assim, que a correria está diferente, porque foi aprovada uma lei que, a partir de janeiro do ano que vem, irá taxar quem adquirir a energia solar. Quem adquirir até o final deste ano, maravilha, a pessoa não vai entrar na taxação do governo até 2045”, expõe. 

Ponto de vista do consumidor

Proprietário da Pruden Cardans, Fábio Zaupa aderiu ao sistema de energia solar em 2017, primeiro, para sua empresa e, posteriormente, para sua residência. Ela relata que o investimento foi válido, porém, atenta para as “armadilhas” quando se tem a tecnologia. “Para mim, é excelente. Vale a pena o investimento. A gente só tem que tomar cuidado para não entrar em algumas armadilhas. Por exemplo, eu contratei uma determinada quantidade de Watts e, às vezes, a gente acaba se descuidando do consumo e a conta acaba vindo alta mesmo assim, porque antes você usava um ar-condicionado e depois que você coloca a energia solar começar a usar três. Então, seu consumo aumenta bem mais do que você usava e aí sua conta continua vindo alta, porque o consumo é muito maior, mas não porque não funciona e, sim, porque a conta vem baixinha e então você aumenta o consumo por isso. Mas de forma geral, gosto muito e recomendo”, disserta Fábio. 
O inspetor interno da Sicredi de Presidente Prudente, Jonathan Honna Sampaio, aderiu recentemente em sua residência ao sistema de energia solar e os principais motivos da adesão, segundo ele, era o alto valor da conta de energia e o calor, principalmente, noturno do oeste paulista. “Antes eu pagava acima de R$ 300 em energia para dormir com o ar-condicionado ligado e, atualmente, pago em torno de R$ 90 ligando o aparelho [sic] todas as noites para dormir e nos finais de semana”, expõe. 

Linha de crédito

Com o aumento da adesão por este tipo de energia, as pessoas estão recorrendo a financiamentos para realizar a instalação e o Sicredi oferece uma linha específica para atender os associados. A assessora de crédito do  Sicredi Rio Paraná PR/SP, Rosimeire Luvizon, explica as vantagens desse tipo de crédito. “Este financiamento foi pensado exclusivamente para possibilitar que as pessoas consigam fazer a instalação deste tipo de energia sustentável em suas residências, pois iniciativas como esta vão ao encontro do que o Sicredi acredita e fomenta”, garante.
A cooperativa também oferta taxas e prazos específicos para incentivar o associado a ser mais sustentável. 
Os interessados em saber como funciona essa linha de crédito podem procurar o Sicredi de sua cidade com o projeto do sistema fotovoltaico para fazer uma simulação.

Foto: Sicredi

Rosimeire, do Sicredi, explica vantagens da linha específica criada pela cooperativa para instalação das placas de energia solar

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