O ator, diretor e comediante, Agildo Ribeiro, fez história nas artes do Brasil, principalmente na televisão brasileira, onde fez programas de sucesso em diversas emissoras. Foi um dos primeiros contratados da Rede Globo em sua fundação em 1965, onde se revelou um grande cômico e excelente imitador, fazendo imitações célebres como de Chacrinha e Clodovil. Um de seus personagens de maior sucesso foi exibido no programa “Planeta dos Homens”, entre 1976 e 1980, e foi um professor de Mitologia Grega que semanamente instalado em uma cadeira, contava uma passagem mitológica aos telespectadores, geralmente se atendo a passagens picantes ou a detalhes insinuantes das silhuetas das escravas e deusas. Frequentemente citava a beleza de Bruna Lombardi como exemplo, a quem era obcecado, e quando isto acontecia era interrompido pelo mordomo (Pedro Farah) que tocava uma campainha, o que lhe provocava irritação e a proferir impropérios como “Sua múmia paralítica”, “Coisa horrorosa”.
“Musas da bossa nova”
O ritmo musical bossa nova surgiu e tomou força a partir da segunda metade da década de 1950, principalmente a partir do Rio de Janeiro, como uma alternativa às canções empostadas da época do rádio, fazendo uma miscelânea de gêneros incluindo samba, jazz e o próprio samba-canção. Jovens músicos experimentaram então uma sonoridade mais moderna que marcaram uma geração urbanizada típica dos grandes centros em plena era Juscelino Kubitscheck. Houve uma tríade masculina de expoentes ícones que desenharam o estilo do ritmo de forma natural: João Gilberto, com voz suave e técnica inovadora no violão; Tom Jobim, um mestre da música, que era compositor, pianista, arranjador e cantor de voz particular; e o poeta-maior, Vinícius de Moraes, o poeta-letrista que desenvolveu parcerias célebres com Tom e Toquinho. Vários outros marcaram seus nomes na história da Música Popular Brasileira durante os anos de ouro da bossa nova que se estenderam até a primeira metade da década de 1960, como Carlos Lyra, Roberto Menescal, Edu Lobo, João Donato, Marcos Valle, Sérgio Mendes, Dick Farney, Johnny Alf, Billy Blanco, Baden Powell, entre outros nomes inesquecíveis. Contudo, as mulheres também fizeram o nome da bossa nova no país e em apresentações ao redor do mundo, tanto funcionando de musas para canções célebres como a inesquecível “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, que celebrou a beleza juvenil de Helô Pinheiro, como também como cantoras de timbre inconfundível. A musa maior da bossa nova foi Nara Leão (embora ela sempre recusasse o título), sendo uma figura central na configuração do movimento, sediando e encantando saraus e rodas de música em seu apartamento à beira-mar. Outros grandes nomes se associaram ao movimento, como Maysa Matarazzo, Elis Regina, Astrud Gilberto, considerada a Rainha da Bossa Nova, célebre por sua versão em inglês de “Garota de Ipanema”, Maria Creuza, Sylvinha Telles (mãe de Cláudia Telles) e Alayde Costa também marcaram definitivamente este período de sofisticação e renovação da cultura do país.
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Os Desafinados:
Brasil. 2008. Direção de Walter Lima Jr. Com Rodrigo Santoro, Selton Mello, Cláudia Abreu, Ângelo Paes Leme. Na década de 60, quatro jovens músicos e compositores partem para Nova York em busca de sucesso. Lá, eles formam um grupo chamado Os Desafinados e integram o movimento que lançou a Bossa Nova. Ao longo dos anos, eles acompanham o cenário político e musical do país.