Audiência pública no dia 19 cobrará acessibilidade em Prudente

PRUDENTE - Estevão Salomão

Data 11/10/2015
Horário 07:40
 

Com um total de 5 mil deficientes físicos - pessoas com limitações na mobilidade e na coordenação geral -, em Presidente Prudente, o Condef (Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência) realizará uma audiência pública no dia 19 de outubro, a partir das 9h, na Câmara Municipal, com o objetivo de dar mais "visibilidade à luta", e cobrar do poder público maior atenção a problemas pontuais na questão da acessibilidade, como informa o presidente do conselho, Milton Takao Mizukawa, 58 anos. Toda a população está convidada a participar.

A medida reforça o potencial social e inclusivo dos deficientes físicos na cidade, assim como favorece a continuidade dos serviços avigorados pelo Dia Nacional do Deficiente Físico, comemorado neste domingo. De acordo com Milton, estarão presentes na Câmara de Vereadores, membros das secretarias municipais, do MPE (Ministério Público do Estado), Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) e representantes das associações ligadas aos deficientes, os quais debaterão sobre as faltas de rampas de acesso, piso tátil inadequado, obstáculos e degraus nas calçadas.

Jornal O Imparcial Priscila comenta sobre a carência da acessibilidade: "Ainda há muito a ser feito"

Para o coordenador municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Douglas Kato Pauluzzi, os 26 mil prudentinos com deficiências gerais, apontados pelo IBGE (Índice Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2010, demonstram a necessidade e a importância da acessibilidade em vias públicas. Douglas explica que "passos grandes já foram dados", entretanto, acrescenta que muitos desafios ainda existem, "principalmente nos bairros do município".

Segundo a psicóloga da Unipode (União de Pessoas com Deficiência), entidade que atende 60 pessoas com todos os tipos de deficiência, Harumi Tarumoto, 43 anos, ainda existem algumas barreiras estruturais que impedem a livre locomoção dos deficientes, apontando a audiência como promissora de resultados positivos. "Existe também a barreira social, e a iniciativa tem o propósito de fomentar todos os princípios", avalia.

Portadora de uma doença rara, a osteogênese, conhecida como ossos de cristal, a faturista Priscila Pereira, 32 anos, conta que sua deficiência nunca conflitou com seus objetivos de prosseguir nos estudos e na carreira profissional. Pós-graduada em políticas públicas pela UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), e estudante da segunda pós-graduação em gestão pública municipal, na mesma universidade, Priscila comenta que a acessibilidade é um dos fatores mais carentes, vistos através de uma ótica geral. "Nos últimos 10 anos as coisas melhoraram, mas muito ainda tem que ser feito", considera.

 

Obras de acessibilidade

Conforme a Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação), desde 2009 a gestão já realizou, entre as obras de acessibilidade promovidas, a reforma do calçadão, da Praça Nove de Julho, da Praça das Cerejeiras, do Parque do Povo e das unidades escolares e de saúde construídas no município.

Como noticiado recentemente por este diário, sete anos após a Justiça determinar que a Prefeitura realizasse obras de acessibilidade nas escolas da rede, a municipalidade anunciou a promoção das adequações em 36 unidades que ainda precisavam de rampas, barras de apoio, corrimão, bebedouro e banheiros adaptados, entre outras adaptações que constam no cronograma. O orçamento é de R$ 1.570.506,93 provenientes de recursos próprios e as modificações estão a cargo da empreiteira Souza Pedro Engenharia e Construção Ltda, que terá seis meses para concluí-las.

Ainda conforme a pasta, na aprovação, qualquer projeto comercial deve cumprir na íntegra a lei federal de acessibilidade, e para abertura de qualquer empresa na cidade é necessário apresentar laudo de acessibilidade do local por profissional de engenharia e arquitetura responsável pela verificação que o imóvel está acessível. Além disso, prédios públicos já foram adequados às normas de acessibilidade (ou estão sendo adequados, no caso da Prefeitura e da Câmara Municipal), e a Biblioteca Municipal conta ainda com computadores para pessoas com necessidades especiais.
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