Aulas práticas para categorias C, D e E passam de 15 para 20

A reportagem entrou em contato com o Contran, para saber o motivo da mudança, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 26/02/2015
Horário 09:34
 

Os motoristas que pretendem tirar CNH (Carteira Nacional de Habilitação) nas categorias C, D e E – em que se enquadram micro-ônibus, caminhões, carretas, entre outros – terão que fazer mais aulas práticas. O aumento passa a vigorar a partir de 6 de abril, conforme a Resolução 493/14 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que institui cinco aulas a mais na formação, passando das 15 realizadas atualmente para 20. Além do tempo a mais, os motoristas vão sentir "no bolso" acréscimo, fato que, segundo os representantes das autoescolas de Presidente Prudente, também vai refletir na procura de quem quer mudar a categoria da CHN. Segundo o diretor regional do Sindicato de Autoescolas do Estado de São Paulo, Hélio Soares de Lima, a medida ocasiona um aumento de R$ 400, ou seja, quem hoje paga R$ 1,2 mil para mudar a "letra" da carteira, pagará R$ 1,6 mil. A reportagem entrou em contato com o Contran, para saber o motivo da mudança, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.

De acordo com o diretor, desde o meio do ano passado, as autoescolas sentem uma queda de até 30% no fluxo do movimento. Ele pontua que hoje, em média, no mês, 450 novos alunos comparecem nos estabelecimentos para tirar a carta, fato que, devido à crise econômica enfrentada no país, pontuada por Lima, tem a tendência de diminuir, ainda mais, com a nova regra. Vale lembrar que, desde 19 de janeiro de 2015, as pessoas que pretendem conquistar a CNH na categoria B – veículos até 3 mil kg – têm que fazer 25 aulas práticas, também cinco a mais das 20 que era o mínimo permitido pelo Contran. "Sabemos que a situação financeira está complicada e, com certeza, o aumento vai ocasionar menos procura", salienta.

No entanto, o diretor diz que a medida é "uma boa atitude", no que diz respeito à formação do condutor. "Temos que pensar que a pessoa vai sair mais preparada, com mais segurança e controle, para a vivência no trânsito", afirma. Lima pontua ainda que o próprio exame prático final deveria ser mais "rigoroso", permitindo que o motorista termine, esta etapa, com a formação e conduta ideais para o dia a dia.

 

Autoescolas


Para o presidente da Associação das Autoescolas de Presidente Prudente, Antônio Carlos Teixeira Chaves, a medida, realmente, vai refletir na procura dos alunos. Ele acredita que, provavelmente, apenas quem tem que mudar a carta vai fazer o procedimento. "Se a pessoa não tem a necessidade de mudar a categoria, vai pensar duas vezes antes de fazê-lo", esclarece.

O presidente também considera que a nova regra visa potencializar a formação do motorista que, em muitos casos, querem apenas fazer o número de aulas exigido para o exame. Neste caso, Chaves diz que, em determinadas situações, quando os profissionais da autoescola percebem que o aluno ainda tem dificuldades, é sugerido que o mesmo faça mais algumas para que fique seguro e qualificado, não só para o exame final, mas para seu comportamento no trânsito após o curso. Desta forma, acredita que a nova resolução possibilita mais aprendizado prático. Mesmo assim, declara que o aumento do valor, devido o emprego de mais cinco aulas, vai "prejudicar, ainda mais, a situação financeira dos estabelecimentos, ocasionado pelo provável declínio na procura".  "O ano está bem complicado. Vamos aguardar e ver o como ficará o movimento", analisa.

 
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