Desde o dia 2 de maio, Presidente Prudente está habilitada para receber a infraestrutura para o 5G, conforme autorização do Gaispi (Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz). A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) informa que, até o momento, a cidade não possui nenhuma estação da quinta geração ativada.
A reportagem entrou em contato com as três prestadoras nacionais que possuem a obrigação de atender Prudente para saber se há previsão de quando as redes de 5G serão instaladas na cidade, mas nenhuma delas deu uma resposta específica. Segundo edital, as operadoras, no entanto, precisam contemplar o município, com a proporção de 1 estação a cada 15 mil habitantes, até 31 de julho de 2026.
A Vivo informa que começou a oferecer o 5G no final de 2021 "após ser a empresa que mais arrematou frequências durante o leilão da Anatel" – cujo investimento total foi de R$ 4,5 bilhões – utilizando a faixa de 2,3 GHz (NSA, ou non-standalone) nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Acrescenta que, desde o início de julho do ano passado, iniciou a ativação, na frequência de 3,5 GHz, já disponível em 63 cidades, sendo todas as capitais e mais 26 municípios com população acima de 500 mil habitantes. "A companhia seguirá a expansão de acordo com o cronograma da Anatel e Gaispi", expõe.
Destaca que, em São Paulo, além da capital, a Vivo também está presente com 5G em São José do Rio Preto, Campinas, Guarulhos, Jacareí, Osasco, Ribeirão Preto, Santo André, São Bernardo do Campo, São José dos Campos, Sorocaba, Sumaré, Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Jundiaí, Santos, Guarujá, Praia Grande, Hortolândia, Taboão da Serra, Mauá e Americana.
"A expansão da rede 5G para outras regiões é gradual e evolui de acordo com capacidades técnicas, demanda e autorizações para instalações de antenas", completa.
A Claro, por sua vez, diz que implementou o 5G+ em todas as capitais e já está trabalhando na expansão para outros municípios de São Paulo. Segundo a operadora, as ativações seguem as determinações da Anatel e autoridades responsáveis e são realizadas de acordo com um planejamento estratégico, "que leva em consideração o cenário mais adequado para a região e a possibilidade de ofertar a melhor experiência possível aos clientes".
A Claro ressalta que considera a importância de Presidente Prudente para o Estado e tem em seus planos o lançamento da tecnologia na região em breve.
"A Claro seguirá investindo na ampliação da sua rede 5G no Estado e, tão logo tenha novidades, a comunidade e a imprensa local serão informadas", pondera.
Já a TIM comunica que, desde o início de julho do ano passado, vem ativando comercialmente o 5G no país, de acordo com o cronograma definido pela Anatel para a primeira fase de implantação da tecnologia, que contemplou todas as capitais brasileiras.
A operadora enfatiza que já conta com mais de 3,7 mil antenas 5G no Brasil e está atenta às liberações de faixas anunciadas pelo órgão regulador para as demais cidades.
"A TIM está promovendo a expansão da rede de quinta geração gradativamente, de acordo com estudos de infraestrutura e viabilidade para cada região, respeitando todos os prazos estabelecidos no leilão", menciona.
A Anatel acentua que a liberação da faixa de 3,5 GHz não significa que redes do 5G serão instaladas de imediato nas localidades. O edital, no item 7.4 do anexo 4, estabelece cronograma com obrigação de atendimento em todos os municípios do país, sendo que a próxima obrigação a ser cumprida é a instalação nas cidades com mais de 500 mil habitantes até junho de 2025. "Porém, temos visto que as instalações em diversos municípios estão ocorrendo de forma mais acelerada do que a obrigação prevista", aponta.
Com relação especificamente a Prudente, considerando tratar-se de município com população entre 200 mil e 500 mil habitantes, a agência denota que a obrigação de liberação da faixa estabelecida no edital do 5G seria em 30 de junho de 2023, entretanto, a liberação já ocorreu de forma antecipada desde 2 de maio.
A Anatel complementa que, quanto aos bairros e regiões de cada cidade onde o sinal estará presente, cada prestadora possui sua estratégia de implantação e expansão da rede. Assim, algumas podem optar por iniciar com uma cobertura mais focada na região central, enquanto outras escolhem expandir para outros bairros, mas com menos densidade de estações no centro. "Sendo assim, é natural que nesse momento inicial nem todas as operadoras atendam todas as regiões. A cobertura específica de cada uma das operadoras deverá ser divulgada pelas próprias", esclarece.
A Anatel expõe que a utilização da faixa de 3,5 GHz depende de ações prévias para sua desocupação, executadas pela empresa Siga Antenado. Isso porque parte dessa faixa até então era utilizada por sistemas de satélite. Assim, é preciso remanejar a frequência de operação de algumas estações satelitais profissionais e instalar equipamentos para mitigar possíveis interferências oriundas das redes do 5G, de forma a garantir que ambas os serviços operem em harmonia.
Adicionalmente, a recepção de TV por parabólicas tradicionais pode também sofrer interferências. Assim, as famílias que recebem esses sinais de TV devem migrar seus equipamentos para outra faixa de frequência, a banda Ku, que melhora a qualidade do serviço e utiliza antenas de menor porte.
As famílias inscritas no Cadastro Único da União que recebem esses sinais têm direito de receber gratuitamente, da Siga Antenado, um kit para a migração. Mais informações podem ser obtidas pelo site sigaantenado.com.br.
A Anatel explica que o 5G é o mais recente padrão tecnológico para serviços móveis. Entre os avanços esperados (em relação ao 4G), estão aumento das taxas de transmissão, ou seja, maior velocidade; baixa latência, o que implica na redução do tempo entre o estímulo e a resposta da rede de telecomunicações; maior densidade de conexões, isto é, aumento da quantidade de dispositivos conectados em uma determinada área; maior eficiência espectral, o que significa o incremento da quantidade de dados transmitidos por unidade de espectro eletromagnético; e maior eficiência energética dos equipamentos, redução do consumo de energia e, consequentemente, aumento da sustentabilidade.
