Auxiliares de saúde são impedidos de fazer greve em Prudente

Trabalhadores que pleiteiam melhores condições de salário iniciariam paralisação nesta sexta, mas, segundo sindicato, foram interrompidos por pedido de liminar apresentado pela Prefeitura

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 10/03/2023
Horário 15:31
Foto: Sintrapp
Servidores realizaram manifestação no Paço Municipal nesta sexta-feira
Servidores realizaram manifestação no Paço Municipal nesta sexta-feira

Estava previsto para esta sexta-feira, em Presidente Prudente, o início da greve dos servidores municipais lotados nas funções de auxiliares na área da Saúde, que pleiteiam melhores condições de trabalho e salário. No entanto, de acordo com o Sintrapp (Sindicato dos Servidores Municipais de Presidente Prudente e Região), a paralisação da categoria foi interrompida com um pedido de liminar apresentado pela Seajur (Secretaria de Assuntos Jurídicos e Legislativos). Conforme a entidade, a atitude da administração municipal foi vista como uma “armadilha” pelos trabalhadores.

O sindicato aponta que, indignados, os funcionários permanecerão mobilizados até serem respeitados e atendidos em suas reivindicações. Inclusive, servidores compareceram ao Paço Municipal nesta sexta para um protesto em frente à rampa do prédio. Eles deverão se manter mobilizados nos seus locais de trabalho e nos horários de almoço.

Em nota, a Prefeitura informa que tem dialogado com os representantes dos servidores a respeito da reivindicação da categoria.

“No fim da tarde desta quinta, o prefeito Ed Thomas [sem partido] e seu secretariado receberam os representantes dos servidores no gabinete para tratar sobre o assunto. Durante o encontro, foi esclarecido que, neste momento, o município não tem disponibilidade financeira para atender ao pleito da categoria, mas que está aberto a continuar as tratativas com o objetivo de valorizar os trabalhadores da saúde, quando houver viabilidade orçamentária”, explica.

Greve e liminar

O início da greve foi deliberado durante assembleia realizada no dia 2 de março. O objetivo era dar visibilidade à luta de servidores que cumprem as funções de auxiliar de enfermagem, de farmácia e de odontologia. Atualmente, eles estão enquadrados na referência S5, cujo salário-base corresponde a R$ 2.070,06. A demanda é que haja a alteração para a S1 (R$ 2.824,69). Com isso, haveria um reajuste de 36,45%.

Em nota divulgada nesta sexta, o Sintrapp afirmou que os profissionais em questão tentaram, por diversas vezes, resolver a situação em mesa de negociação e não obtiveram nenhuma proposta por parte da administração. “A mobilização prevista para esta sexta foi interrompida com um pedido de liminar em meio a uma mesa de negociação. Isso mesmo, prefeito e secretários chamam para uma mesa de negociação, já sabendo da ação ajuizada para barrar o movimento grevista”, expõe o sindicato, referindo-se à reunião realizada nessa quinta, quando o prefeito afirmou que não havia disponibilidade financeira para atender a demanda dos servidores.

Segundo o sindicato, a liminar concedida pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) traz uma reunião conciliatória prevista para o dia 16. A entidade adianta que participará, juntamente com representantes da comissão, levando as reivindicações desses profissionais e cobrando uma solução por parte da administração.

“Os profissionais da saúde, que foram considerados heróis diante da pandemia, quando estiveram envolvidos direta e indiretamente no enfrentamento, expostos cotidianamente ao risco, hoje se deparam com um enfrentamento ainda maior: o descaso e a falta de valorização por parte da administração prudentina”, argumenta a entidade. “A luta desses profissionais que foram impedidos de se manifestar é justa e continuará acontecendo. Os heróis são, na verdade, trabalhadores exaustos que estão sendo abandonados pela Prefeitura”, pontua.

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