A partir de segunda-feira, as agências bancárias que haviam aderido à paralisação reabrirão suas portas. O fim da maior greve dos últimos 20 anos na região de Presidente Prudente foi decido ontem, em assembleia, pelos trabalhadores que aceitaram a proposta dos banqueiros. Após dias de negociação, a classe patronal ofereceu reajuste salarial de 8% - aumento real de 1,82% - aos bancários e ainda acréscimo de 8,5% no piso da categoria, sendo 2,29% de ganho real, neste caso. Lembrando que a categoria buscava elevar em 11,93% sua remuneração.
Ontem, proposta patronal foi aprovada pelos trabalhadores
O presidente do Sindicato dos Bancários de Prudente e Região, Edmilson Trevizan, não considera esta uma campanha "vitoriosa", porém, se mostra satisfeito com o fato de os trabalhadores terem ao menos alcançado aumento real nos proventos e não apenas o reajuste inflacionário de 6,1%, porcentagem oferecida pelo patronal em agosto deste ano. Em outubro, a proposta subiu para 7,1%, mas ainda não foi aceita em assembleia. "Os banqueiros se mostraram muito resistentes, mas nós ficamos firmes na greve e conseguimos um avanço. Não recebemos tudo o que queríamos", pontua.
Agora que a prestação dos serviços nas agências bancárias serão normalizada, já com os olhos no futuro, o presidente do sindicato espera que, no próximo ano, a paralisação não precise ser "tão longa", evitando, assim, possíveis reclamações da população. "Em situações como essa a gente só pede a colaboração do pessoal, porque a culpa não é nossa, mas sim dos banqueiros, que acharam que podiam nos vencer pelo cansaço. Espero que no próximo ano eles não apostem nisso", declara.
Com o final das negociações, ficou acertado que os bancários pagarão os dias parados trabalhando uma hora a mais até 15 de dezembro. O restante será abonado pelas empresas.
Conquistas
De acordo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), além do reajuste de 8% a ser aplicado no salário e benefícios, os bancários ainda receberão um vale-cultura no valor de R$ 50 e um dia de abono para usarem durante o ano. "Frisando que os pisos da categoria terão reajustes diferenciados, sendo que para a função de caixa, o novo valor passa a ser de R$ 2.229,05 por jornada de seis horas diárias, após 90 dias de emprego", explica.
Quanto à Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a federação diz que o valor fixo da regra básica do benefício será reajustado em 10%, assim como a parcela do lucro líquido distribuído em parte iguais.
Em geral, o auxílio-refeição passará de R$ 21,46 para R$ 23,18; a cesta alimentação subirá de R$ 367,92 para R$ 397,36 e o auxílio-creche/babá antes cotado em R$ 306,21, agora será R$ 330,71, por filho de até 6 anos.
